A perdida na década (e alguns pedidos de desculpas)

Talvez por estar assistindo à web-serie do Seinfeld, esses dias eu estava pensando em como parece que eu me perdi nesta última década. Quer dizer, me parece que houve um momento de boom dos comediantes stand up no Brasil e eu perdi (ou sempre existiram de monte e eu é que só notei depois de surgirem várias apresentações em canais na internet e shows no Netflix? Talvez, né, principalmente no Ceará. Só ainda não se chamava stand up).

Tenho a sensação estranha de que em algum momento eu fui congelada ou paralisada quase que como numa dessas máquinas de filmes de ficção científica, pra de repente acordar e ver que várias coisas mudaram. Como se eu tivesse perdido a última década. O que foi que aconteceu entre meus 25 e 35 anos, quando supostamente eu deveria estar no auge físico e intelectual da minha vida?

Eu perdi a época em que todo mundo começou a fazer seus próprios vídeos e postar online. Eu perdi a transição da popularidade do Orkut pro Facebook e então Twitter e Instagram. Eu perdi os 7 gols da Alemanha numa Copa no Brasil (!) e as Olimpíadas no Rio!

É claro que entre 2010 e 2020 eu devo ter tido alguns momentos importantes aqui e ali (no meu mundinho), mas sinto como se eu estivesse acordando pro mundo de novo, ao ver mais notícias e poder pesquisar mais sobre cinema, por exemplo, ler, até estou vendo alguns vídeos no YouTube, gente!

Este realmente está sendo um ano muito atípico, mas sinto que me fechei em um casulo por muitos anos e o que aconteceu? Por que eu não consigo seguir e postar em redes sociais como todo mundo? Já não conheço tantos nomes de diretores e atores na ativa. Eu caí do bonde que seguiu e agora peguei outro querendo sentar na janelinha.

Na verdade, o título deste post deveria ser um pedido de desculpas. A todos os amigos de quem acabei me afastando e todos os novos conhecidos com quem acabei não aprofundando a amizade – simplesmente por não ter conseguido acompanhar as redes sociais, não ter conseguido equilibrar o trabalho e dedicação no templo com a vida “aqui fora”.

Sei que o Keanu Reeves é uma das celebridades que não tem contas em redes sociais, então talvez eu também não deva me preocupar muito? Simplesmente aceitar que sou essa pessoa meio ermitã? De fato, se eu conseguisse casar com o DiCaprio, acho que faria igual à esposa do Walt Disney ou ao Terrence Malick e não daria entrevistas.

Também poderia pedir desculpas ao grande amor da minha vida (sim, o cinema), se bem que no meio desses últimos dez anos teve o momento de tentar realizar aquele velho sonho de estudar cinema – que não foi lá muito bem sucedido, exceto pra eu achar que realmente não dou pra coisa.

Mas por quê, não é mesmo? Eu desisti do curso porque vi que não conseguiria me dedicar aos projetos e contribuir em equipe, devido ao trabalho. Mas era um impasse: se eu não trabalhasse, não poderia pagar e continuar o curso.

Então por que raios fiquei com a sensação de que tinha desistido da minha vida? Foi apenas algo que (não) aconteceu. Eu também podia pedir desculpas por todos os textos que não escrevi, sendo que é algo que gosto muito, mas estava sempre ocupada e cansada…

Não que tenha sido de todo ruim, nesta última década eu viajei e tive boas experiências. E agora que já até casei e tive filhos, completando o que acho que seriam as principais experiências que eu deveria viver nesta vida humana, fico pensando que não preciso realmente fazer mais nada, posso ter um emprego qualquer pra me sustentar e passar o resto dos meus dias contente por tudo que já tive oportunidade de viver.

E quem sabe, me deixando relevar a mim mesma, relaxando e estando mais tranquila, finalmente eu chegue a escrever aqueles roteiros? É, como eu disse, o cinema é o grande amor da minha vida, posso me afastar um tempo, mas até o final dos meus dias vai sobreviver essa vontade no coração de imaginar, inventar e contar histórias. Só que agora sem sentir que “preciso” fazer isso, simplesmente fazer isso porque é algo que gosto.

Nossa passagem aqui é tão rápida, pra não fazer o que gostamos. Nem sei bem onde foram parar os últimos anos, entre momentos de depressão e conformismo. Cá estou, nesta crise de meia idade para esta última década. E pra você? Como foi 2010-2020?

Quando criança, sonhava com uma vida tranquila, sem passar necessidades, escrevendo histórias. Também sonhava com o dia em que a sociedade daria mais valor aos profissionais de saúde e educadores, que pensássemos mais no meio ambiente e começássemos a salvar o planeta, que mais pessoas pensassem mais no próximo, inclusive com ajuda aos mais necessitados, e aos poucos poderíamos ter uma sociedade mais justa e menos desigual, por conseguinte, com menos crimes e violência – me pergunto se agora com as quarentenas as taxas de criminalidade também diminuíram?

Na verdade, surpreendentemente, me encontro hoje ainda com muita esperança! Que venham as próximas décadas e o futuro. E que venha um futuro melhor.

CICGC – week 4

Acabei não postando no último final de semana, mas continuo assistindo aos episódios de Comedians in cars getting coffee. Estou vendo os episódios aleatoriamente, começando por alguns nomes da comédia que já conheço. Todos os carros que o Jerry escolhe são bem únicos e cada episódio começa com uma breve explicação sobre eles. Os locais em que vão tomar café também são diferentes a cada vez, engraçado que Jerry não tem medo de ser franco e se mostrar um chato – no episódio do Kevin Hart ele até reclama que estava tudo errado, veio no copo de plástico e mais gelo do que café, haha. Mas eu tenho a impressão de que o café Lavazza é o patrocinador desta série, porque tem muitos episódios em que eles estão tomando Lavazza, principalmente nos mais recentes.

Já na nossa vidinha ainda com o isolamento físico da Covid-19, nessa semana que passou eu acabei vendo um filme pela Netflix só porque estava entre os Top 10 do dia, essa nova do canal. Código 8: Renegados (2019)** tem a premissa de que pessoas com poderes acabaram marginalizadas e um rapaz que tem a mãe doente acaba se envolvendo com pessoas poderosas de contrabando de drogas. O mais legal foi eu descobrir depois que na verdade era um curta e o pessoal arrecadou dinheiro e conseguiram fazer o filme, além de que é empreitada de dois primos – um atua na série Arrow e o outro já atuou em Flash. Esses exemplos de produção me fazem lembrar sempre que às vezes é a vontade das pessoas “comuns” que faz a diferença mesmo, nessa semana em que continuamos a louvar as diversas iniciativas locais de solidariedade apesar de toda a politicagem e saída de Ministro da Saúde em meio a uma pandemia mundial…

Mais uma vez lembramos daquele velho conceito budista que depende de cada um para termos mais igualdade, harmonia, e consequentemente, felicidade. Cada um tem sua capacidade, seja em doações ou ajudando algum trabalhador autônomo, pode ser uma celebridade que tenha voz para incentivar outros – ai, como eu queria morar nos Estados Unidos e poder participar da doação pra concorrer a um papel num filme e almoço com o Martin Scorsese, Leo e Bob! Ai, ai…

Bem, vamos ver se esses auxílios da caixa e do governo realmente vão funcionar e quanto tempo o povo ainda aguenta a quarentena… me parece que daqui a pouco ninguém mais está respeitando e aí vamos ver essas taxas de mortes… ou será que vão funcionar aquelas teorias da conspiração?

Abaixo, os episódios desta semana da série do Seinfeld, o cara que fez a série sobre nada – o que parece que anda acontecendo em muitas lives por aí. Pelo menos eu dou alguma risada pela manhã com ele.

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Jerry Lewis (Heere’s Jerry! – 2018)

Parece que esta foi a última participação em programa de TV do Jerry Lewis, a maior parte do episódio é eles conversando no que presumimos ser seu escritório em casa, em Las Vegas (?!), com um Oscar bem ali no meio da mesa pra gente ver. Que vontade de ver essas comédias antigas com o Jerry Lewis, que me parece genial em ser um pateta… :) este episódio, aliás, tem bastante cenas dos filmes, achei; por exemplo analisando como surgiu a do telefone em Mensageiro Trapalhão (1960) – aliás, engraçado notar como costumavam usar muito a palavra “trapalhão” nos títulos de comédia mais antigos… Ótima a cena do programa antigo em que chamam por “Jerry” e os dois vão para o palco. Seinfeld demonstra uma admiração genuína pelo rei da comédia, então acho até digno que seja sua última aparição pra TV, com os dois no carro conversando e comentando que não acaba, Lewis não ia parar até o fim dos seus dias…

Jamie Foxx (You gotta get the alligator sweat – 2019)

E eu que nem sabia do histórico “cômico” do Jamie Foxx? Pra mim ele sempre foi o cara de Ray (2004) *** e Django Livre (2012)****, além de vários outros filmes que eu gostei em menor proporção. Puxa, o cara parece ter muita energia e gostar de um estilo diferentão, seja pra vestir ou pra morar – Nova Orleans? Tem alguns momentos bem engraçados, incluindo essa piada da comida servida nessa região quando ele quer só um frango frito, rs.

Melissa Villaseñor (TBA – 2019)

Na verdade eu peguei pra ver este episódio porque na descrição já falaram que visitavam um museu da comida – e essa foi a parte mais divertida! (Na realidade, acho que era só sobre comida chinesa, mas tinha um carinha lá cozinhando na hora para os visitantes!). Não sabia mesmo quem era Melissa, porque não vejo o programa SNL, mas por acaso andei pegando vários episódios com convidados que fizeram vozes em Pets: a vida secreta dos bichos (2016)**, o que não é o caso; embora ela tenha feito vários trabalhos para desenhos. Não achei nada neste episódio tão engraçado, e até me incomoda como ela ri de tudo, ri muito de qualquer coisa que o Jerry fala…

Dana Carvey (Na.. ga.. do.. it – 2018)

Que lugar mais chique esse em que eles vão tomar café… e Carvey pergunta das outras pessoas, se fazem parte do show, há! Sinceramente, eu só lembrava de Quanto mais idiota melhor (1992), mas ele também fez trabalhos de voz para animações e alguns filmes com Adam Sandler, sem falar que sempre me impressiono em como os convidados comediantes, mesmo com certa idade, parecem continuar trabalhando – talvez em apresentações de stand up? Eu não acompanho este universo, então só fico imaginando como deve ser isso, passar a vida trabalhando em bolar histórias engraçadas e esperar por risos. Jerry sempre afirma que não é o tipo fácil, mas ele sempre parece se divertir muito com seus convidados. Neste, ele racha o bico com algumas imitações do Dana e ele próprio comenta que é o cara que não entende nada de música e quer comprar o instrumento mais bonito!

Kevin Hart (You look amazing in the wind – 06 de novembro de 2014)

O próprio Kevin admite que ele teve uma época “baixa” em sua carreira, para depois voltar a decolar de novo. Eu mesma acho que só vi Jumanji (2017) *** recentemente, embora tenha vários filmes no seu currículo que eu tenha visto e não me lembre exatamente do seu personagem neles – No auge da fama (2014) **, É o fim (2013) **, Cinco anos de noivado (2012) **, O grande Dave (2008)**, O virgem de 40 anos (2005) ***, Quero ficar com Polly (2004)***. Legal foi ver Jerry comprar o mesmo tênis azul pros dois, depois de passarem pra pegar um suco verde, ehe.

Ricky Gervais (China maybe? – 2019)

Foi dividido em duas partes, o que vou considerar só um episódio, porque foi um convidado só. A gente já tinha visto um passeio com Ricky cagando de medo no carro com Jerry, desta vez é um carrão o escolhido, mas ficam presos no tráfego sem ter o que conversar, ehe, apesar de parecer que os dois se divertem na companhia um do outro. Na primeira parte, logo no início tem a “bomba” de Jerry responder “na China, talvez?”, o que seria algo politicamente incorreto, mas é o que deve vir na cabeça logo de cara para qualquer ocidental comediante. E daí fica a questão permeando todo o episódio, se devem manter essa piada na série ou não. Ricky parece ser por dentro um cara muito gentil e de bom coração, e tem até dózinha por não ter comprado nada na loja de doces… mas a piada ficou como algo central do episódio, claro.

CICGC – week 3

E cá estamos nós, passando mais uma semana em quarentena – pôxa, eu precisava ir ver alguns médicos e quando completasse 3 meses queria ir passear com a baby em algum parque… mas tudo bem, continuamos firmes e fortes, procurando nos manter saudáveis, limpos e fora de risco. Mas concordo com quem diz que nem tudo vale uma live.

Eu bem que gostaria de estar fazendo algo mais útil também, talvez ajudando alguma ONG a distribuir comida, mas no momento a prioridade é outra. Aliás, faz meses que estou afastada do templo (por acaso caiu bem nesta época da pandemia e todo mundo também está afastado), mas lembro que o mês de abril pra mim sempre foi considerado como de “renascer”, tanto pela escola budista que sigo (o mês de “nascimento” do Buda) quanto pelas celebrações de Páscoa – e é tão estranho não ver as expressões nas ruas da Paixão de Cristo ou mesmo lá no Vaticano. Mas estes são os nossos tempos, de orações dedicadas por cada um à distância – e, talvez, elas possam até ser mais sinceras?

Nem ovo de Páscoa comprei este ano, mas continuo com as manhãs de um episódio por dia do Comedians in cars getting coffee. E a série até tem me dado vontade de pegar de novo pra ver Maravilhosa Sra. Maisel, redescobrindo uma mulher que faz stand up numa época em que nossa função era ser dona de casa e cozinhar o jantar para o marido… quem sabe não me caiba bem neste momento? E quem sabe eu não faça uma maratona de todos os filmes vencedores de Cannes? Já que este ano foi cancelado mesmo o festival, e percebi que vi pouquíssimos vencedores – alguns mais recentes só, e O pagador de promessas, claro.

Como seria o meu renascimento? Não sei, mas acho que esse processo já tem se dado desde há alguns meses, desapegar um pouco do que eu acharia nobre para uma vida e que tenho que fazer algo “útil”, sempre exigindo mais de mim e me deixando pra baixo, para estar contente com tudo o que eu pude realizar já (inclusive nessa onda de pensarmos sobre um possível fim do mundo, outro dia até vi um vídeo sobre os filmes em que o mundo realmente acaba… por mim, tudo bem!). E deixar renascer também esse lado que é o que mais gosto, de ver filmes ou coisas diversas e imaginar muitas outras…

Boa Páscoa a todos, lembrando que após a idade das trevas veio o renascimento!

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Will Ferrell (Mr. Ferrell, for the last time, we’re going to ask you to put the cigar out – 03 de fevereiro de 2016)

Um carro com papa-léguas, divertido! Eu até estava pensando por que não tinha um convidado como Ben Stiller ou Adam Sandler, que são mais recentes, bem populares e tem até seus frat packs, talvez Seinfeld não goste tanto desse estilo de comédia? E pra dizer a verdade, eu nem gosto do Will Farrell – prefiro outros nomes, como o Steve Carell, por exemplo, mas talvez ele seja um chato de galochas na vida real para aparecer numa série destas, rs. Bem, o passeio foi agradável, Will comenta da família e tal, mas não consigo acreditar que ele não assiste a quase nenhum filme! – “eu queria ser o cara que não viu Gravidade (2013) ****”!

 

Chris Rock (Kids need bullying – 18 de julho de 2013)

Só eu acho engraçado que Eddie Murphy faça a voz do burrinho e ele a voz da zebra? Engraçado que depois eu vi o Carl Reiner elogiar o Chris, sabendo que ele tinha potencial, por acaso. No Brasil, faz muito sucesso o seriado Todo mundo odeia o Chris, baseado na vida dele; e olhando para a filmografia, ele já fez muitos trabalhos de ator junto com o Adam Sandler, eu nem tinha percebido antes! O cara realmente parece boa praça, claro que entra a questão dos filhos na conversa, mas quem podia esperar que um policial ia pará-los por alta velocidade! – “se eu não estivesse com você, estaria com medo. Sou famoso, mas sou negro!”

 

Kate McKinnon (A brain in a jar – 06 de julho de 2018)

Não acompanho SNL, então nunca vi seu trabalho no programa e não posso julgar, porém ela tem algumas aparições em filmes como Caça-fantasmas (2016)** ou Meu ex é um espião (2018) **, mas eu fico com a imagem mais recente da sua personagem em O escândalo (2019)** e acabo achando que talvez ela se dê melhor como atriz do que comediante? Bem, o carro é deveras pequenino parecendo um brinquedo, é engraçado imitarem o cachorro pós-defecagem no meio da rua, do nada, e que lugar chique esse onde foram tomar café!

 

Carl Reiner & Mel Brooks (I want sandwiches, I want chicken – 20 de setembro de 2012)

Confesso que eu não sou lá muito fã de comédias, talvez eu tenha visto as mais populares dos anos 90 pra cá, mas eu não conheço tanto, especialmente da época destes dois, dos anos 60, 70. Talvez por serem de mais idade, o próprio episódio tem uma sensação diferente, primeiro Jerry toma café com Reiner e depois eles se encontram para jantar junto com Mel Brooks, e realmente é maravilhoso imaginar que os dois permaneceram amigos após tanto tempo e veem TV ou filmes juntos. Embora eu não entenda muitas referências, então, é bem divertido e Brooks é muito animado – ativo até hoje, com seus 90 e tralalá, fazendo voz para Toy Story 4 (2019)***!, Jerry praticamente não consegue ir embora.

 

Louis C.K. (Comedy, sex and the blue numbers – 02 de janeiro de 2014)

É claro que este episódio foi gravado antes das acusações de assédio contra este comediante, mas é muito interessante como ele passa a sensação de ser um cara super tranquilo e família, até contando o desastre do primeiro passeio de barco com as filhas… O carro que Jerry escolhe é uma graça, mas realmente só consigo imaginar que sirva para ir à praia na Itália, não dá pra ficar rodando na cidade com ele! E o episódio em si é tão legal, tem o olho no barco e de imediato Jerry lembra de Tubarão (1975)****! Louis C.K. já escreveu muita coisa, inclusive pros shows de Chris Rock, Dana Carvey, late nights do Conan, do David Letterman. Após as acusações ele chegou a escrever uma carta aberta pedindo perdão, e espero realmente que ele melhore e supere.

 

Ellen DeGeneres (You said it wasn’t funny – 2018)

Eu admiro a Ellen porque ela foi uma das primeiras pessoas famosas a se abrirem para o mundo como lésbica e isso inspirou várias outras mulheres, mas posso afirmar sem sombra de dúvidas que o trabalho dela que eu mais gosto é da personagem Dory, de Procurando Nemo (2003)****! Também acabei escolhendo este episódio porque outro dia li a repreensão pública de alguns comentários insossos dela em relação à quarentena (o tédio e comparar com estar na prisão…). Na realidade, acho que seu carisma é bem amplo, e ela nunca esperou ser comediante ou entrevistadora; acho que também não esperava que Jerry comentasse que seu bairro é de velhos, haha; e acho ele não esperava uma lição em relação às chaves de carro!

 

Steve Martin (If you see this on a toilet seat, don’t sit down – 06 de janeiro de 2016)

Gente, eu achava que esses carros de colecionador sempre passavam por boa manutenção, mas como quebram nesses episódios… Aqui incluíram várias cenas de stand up antigas do Steve Martin, eles brincam sobre um suicida de cadeira de rodas e eu lembrei de outro episódio em que Jerry comenta que para os comediantes não existe um limite, tudo pode dar vazão ao riso! Eu já vi alguns filmes do Steve Martin, pai de noiva e de um monte de filhos, eu não sei exatamente o que é engraçado nele para se tornar tão famoso (embora não tenha nada contra), mas até hoje ainda nunca vi O Panaca, talvez eu deva riscar da minha lista.

CICGC – week 2

Entramos em mais um mês com a crise do Corona vírus, Covid-19, e parece que o pessoal está começando a relaxar… pronunciamentos inacreditáveis do nosso atual presidente do Brasil (sério, ir contra a Organização Mundial de Saúde?) e o pessoal deve estar achando mesmo que é só uma “gripezinha”, porque já tô vendo muita gente por aí – e olha que eu nem saio de casa!

Pois a minha semana passada começou bem com o episódio do único presidente dos EUA com quem realmente simpatizei até hoje (se bem que não conheço nada dessas coisas de política, né?), e se fosse pra recomendar só um episódio do Comedians in cars getting coffee, bem provável que seria esse, apesar de esse convidado quase nem se classificar como comediante.

Fora isso, bem, nada de muito novo, vi muitos filmes ruins – daqueles tipo “estou em casa mesmo, por que não?”, e a resposta deveria ter sido “simplesmente porque não”. Mas eu já escrevi um post sobre como seria minha utopia de sociedade pós-crise mundial, só para repetir (repetir algo bom nunca é demais): algo que realmente ando gostando de ver é como o planeta vem ambientalmente melhorando com isso tudo e as diversas ações solidárias por toda a parte. Desde doações de pessoas famosas que tem muito mais poder aquisitivo que o restante da população, até pessoas fazendo comida e entregando para os que tem menos condições, como em favelas ou para moradores de rua, ou mesmo merendas para crianças ou caminhoneiros encarregados de entregas. O mundo não seria um lugar melhor se tivesse mais pessoas engajadas e trabalhando com solidariedade, com altruísmo, com ações em benefício alheio e geral? É preciso uma crise desta proporção para a sociedade começar a se balancear melhor? Talvez sim.

Bem, alguns comentários sobre os episódios que vi esta semana que passou do “programa de entrevistas” com o Seinfeld seguem abaixo. E sigamos em frente! Ainda deve ter uns 2 meses de episódios para eu ver, e talvez uns 2 meses até essa crise “passar” também?

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Barack Obama (Just tell him you’re the president – 30 de dezembro de 2015)

Gente, como essas celebridades conseguem, né? Na época o presidente dos EUA, Obama recebe Jerry na Casa Branca, eles são proibidos de sair com o carro que por si só é um escolha ótima, representando uma grande conquista, como a própria chegada à lua! E Obama se qualifica como “comediante” por algumas frases aqui e ali, mas o nível da conversa é um pouco mais elaborado: sobre alguns detalhes surreais de viver essa realidade de ser presidente, sem ter cenas muito embaraçosas ainda; e como saber se não está se deixando levar, está sendo sensato?; Jerry comentando que seu “salário” é muito melhor que o dele… 

Patton Oswalt (How would you kill Superman? – 09 de janeiro de 2014)

Nem sabia que o primeiro trabalho dele tinha sido com Seinfeld, nem que ele conhecia muito de quadrinhos, mas depois fui conferir alguns trabalhos e vi que ele já fez muitos de voz, além do Remy de Ratatouille (2007) ****. Depois que li na sinopse que eles iriam andar num Delorian, imediatamente quis ver este episódio! Pena que o carro quebrou e chamaram um Uber, hahaha. 

Amy Schummer (I’m wondering what it’s like to date me – 13 de novembro de 2014)

Foi por puro acaso que acabei escolhendo mais um episódio em que o carro quebra! Só eles parando depois de muita fumaça já foi divertido, mas acabam tomando café em algum lugar ali do Bronx, parece, e a garçonete pergunta pro Jerry se ele quer torradas logo depois de ele dizer que não quer mais nada no prato! Amy comenta como a relações pública dela dá bronca se ela não aparecer bem na foto, o vestido foi escolhido por alguém – mas depois de uma caminhada, ela tem marcas de suor nas axilas como todo mundo :)

Sarah Jessica Parker (A little hyper aware – 19 de junho de 2014)

Jerry não gosta nada dessa caranga, ehe, mas Sarah é apaixonada por que o carro lhe traz várias lembranças de quando era criança. Comentários sobre o papel de pais, ela pede um pão de centeio e Jerry é “vulgar” na sua gorjeta! Desculpe, mas não acho que Sarah é uma boa motorista…

Matthew Broderick (These people that do these stuff. They stink. – 2019)

Eu quis ver este episódio logo após, pois eles são um casal duradouro, mas Jerry e Matthew parecem ser amigos de longa data e este é um episódio especial (é de uma das temporadas mais recentes, então acho que agora podem investir mais dinheiro em alguns episódios), com os dois visitando o estádio, jogando uma bola, passando pelo vestuário do Mets e comendo hot-dog, com direito a menção ao Curtindo a vida adoidado (1986)****, em que também tem beisebol incluso no passeio. Engraçado como Matthew parece um velhinho gentil e frágil, eu tinha outra ideia dele, e foi engraçado também o carinha da loja se sentindo mal por barrá-los.

Lorne Michaels (Everybody likes to see the monkeys – 14 de julho de 2016)

Confesso a vocês que eu nunca assisti Saturday Night Live (SNL), mas sei que todo comediante reconhecido de alguma forma passa pelo SNL, ou mesmo qualquer alguém que seja meio famoso tem alguma participação nesse show. Imagino que Tina Fey se inspirou nele para fazer a série 30 Rock, que inclusive também é produzida pelo Lorne Michaels. Tem um passeio ali pelo 30 Rockfeller em NY, e ele vai cumprimentar o Jimmy Fallon como parte de sua rotina (vários programas de “late night” são produzidos por este cara!), e a Julia Louis-Dreyfus até pergunta se vai ser paga por isso, haha! Outra coisa legal foi eles falarem do criador do Ceasar Palace (acho que deve ter derivado de pedirem uma salada Ceasar?) e irem ao “Monkey Bar” e terem uma conversa com analogia sobre animais, que as pessoas assistem ao show como vão ao zoológico, primeiro vão ver os leões e por último os macacos :)

Julia Louis-Dreyfuss (I’ll go if I don’t have to talk – 03 de junho de 2015)

Ehe, já gostei da ideia do Jerry de que ela é uma “matadora” na comédia, então o carro pode ser um do James Bond. Eu ando escolhendo os episódios aleatoriamente, mas até parece de propósito: mais um em que encontram uma versão moderna do mesmo carro na rua! Engraçado como eles hesitam em irem reclamar do café (afinal, são famosos e depois os outros vão ficar comentando que são “divas”?), os dois tem admiração genuína um pelo outro, relembram alguns momentos da série e Julia até pega umas dicas com a esposa do Jerry.

Eddie Murphy (I just wanted to kill – 2019)

Dia desses foi aniversário do Eddie Murphy (e é a mesma data do Alec Baldwin!), então cedi à indulgência deste episódio que poderia ser dois em um porque tem uns 40 minutos. De repente eu percebi que não vejo muitas entrevistas com famosos, então não sei como eles falam ou o jeito deles na vida real, eu praticamente deduzo pelos papeis que eles fazem nos filmes – e foi interessante achar que Eddie é mais sério do que eu imaginava, apesar de instantaneamente conseguir se referir a alguém imitando a pessoa ao mudar apenas o tom da voz, seja Tracy Morgan ou Michael Jackson (!). Também descobri que ele e Jerry começaram na cena nova-iorquina de stand up na mesma época, e foi legal ele expor a questão do negro, até mesmo não esconder a antipatia de um colega de profissão por ele.