“You can’t have it all”, a série que eu tava precisando depois de Fleabag

É, meus amigos, eu esperava trazer alguma boa nova por aqui neste mês de abril, mas aconteceu que cá estou novamente para lamuriamentos. É o que mais tem neste blog, sorry, este é meu canto de desabafos mermo.

O mês já está acabando, mas vou continuar mesmo este rascunho iniciado semanas atrás. Foi um mês meio difícil, com algumas semanas chatas. Tenho dormido mal, acordando de madrugada, desanimada. De março para abril me ocupando por demais com planejamentos de uma grande viagem que vamos fazer para o Japão aí para o final de maio/início de junho. E depois, com um resultado de concurso sem resultados pra mim, mais uma vez contestando minha própria capacidade. Meu próprio lugar.

Outro dia eu estava vendo uns vídeos no YouTube e descobri que o que eu sofri quando era criança tem o nome de fobia social. Eu era muito, mas muitíssimo mesmo tímida, não conseguia encarar direito as pessoas, falar o que realmente queria ou sentia, me expressar devidamente. De tempos em tempos esse meu eu volta, e eu tinha achado que após tantos anos trabalhando com recepção e apresentações eu teria “treinado” e aprendido. Aparentemente, bastou uma pandemia e um isolamento de pouquinhos anos não forçado (mas com esparsas interações sociais) para eu voltar à estaca quase zero.

Hoje talvez eu me considere um tipo de introvertida, pois realmente sinto certo cansaço após algumas ocasiões sociais (ou um tempo delas). Eu realmente prefiro a minha própria companhia – não porque eu me ache melhor, de modo algum, tem tantas mentes brilhantes por aí, ou que já passaram por esta humanidade terrena, mas eu simplesmente me sinto mais confortável sozinha. É, hoje em dia pessoal já rotulou muita coisa e sabemos que não estamos tão sozinhos assim em nossa jornada solitária. Live together, die alone.

Da feita que, inadequação. Foi o sentimento que me permeou (mais uma vez) nos últimos tempos. Sei que tenho que trabalhar isso, me joguei aí em um grupo de discussão (pra quê, melDeus, pra que eu faço essas coisas) e falta-me coragem ou timing, ou sei lá. Sinto-me inadequada ao audiovisual nacional, embora, continuo a insistir em tentar e teimar. Porque nesta vida a gente teima. Sinto-me inadequada como a pessoa religiosa que uma vez eu desenvolvera. Inadequada como esposa. Como mãe. E de repente a gente se pergunta se nasceu pra qualquer coisa mesmo. E se foi um acidente?

Dramédias são ótimas nesse sentido. Como “Fleabag”. Com protagonistas bem falhas, rindo da vida dolorosa. E nesse último mês, órfã já dessa série curtinha (e gosto, se pudesse escolher, minhas séries seriam curtinhas), eu conferi muito animadamente “Is it cake?“, temporada 2. Nem sei se cheguei a comentar por aqui quando vi a primeira, um reality em que confeiteiros fazem bolos que se passam por diferentes objetos da vida e se enganarem os jurados passam para a seguinte fase tendo a chance de ganhar uma bolada. É muito divertido e dá uma vontade enorme de provar todos aqueles bolos lindos que demoraram 8h pra ficarem prontos.

Ah, sim, isso é um alívio, mas não era bem essa que eu pensava quando falava em dramédia. Vi também “Wellmania“, poucos episódios também, que se passa na Austrália – adoro sotaques! Com a mulher que precisa cuidar mais da saúde (me identifico!) antes que tenha um piripaque, e ela é toda doidona e acha que tende a estragar tudo, apesar de ser muito extrovertida, a alma da festa. Nessa jornada meio doida pra que ela recupere seu Greencard e volte logo para os EUA, onde um programa de TV que significa muito para sua carreira a espera, o interesse amoroso da Liz é um AA que também pratica o celibato e lhe diz com franqueza: “não se pode ter tudo”. Para a crítica gastronômica que quer aproveitar tudo de comida, bebida, festas e drogas etc. É assim, os autores conseguem trazer algumas situações bem inesperadas, eu me surpreendi muito com o episódio da guru que se desnuda e também de uma “doula da morte”!

Liz já está próxima dos quarenta anos, a melhor amiga também já tem filhos e seus problemas de carreira e resfriamento no casamento. O irmão que a ajuda a ficar em forma está para casar com o parceiro, a mãe já pronta para se aposentar é uma graça. Comecei a ver a série porque queria ver algo para uma faixa etária mais madura, e neste “gênero”, pois são assuntos que me interessam para um projeto que eu estou desenvolvendo. Vejam só estes tempos. Até parece que nós escrevemos mudando conforme os anos passam.

Sinto que até mesmo a percepção dos filmes mudou um pouco. Outro dia eu vi “Indiana Jones e os caçadores da arca perdida” (1981) e me peguei surpresa de como a direção de Spielberg era divertida e “engraçadinha”. Ah, esses anos 80… Claro que ainda gosto de filmes que eu gostava quando tinha meus 20 anos, mas talvez hoje eu encare certas cenas com outras profundidades. Lembro-me de quando estava no Japão pesquisando as primeiras informações sobre roteiros e eu acreditei mesmo que poderia ter escrito minhas aventuras fantásticas aos 13 anos. Claro que sim, só que com a maturidade surgem também outras questões, de outros tipos de filmes e obras.

Quase 30 anos depois, no entanto, ainda estou aqui, perdida. E ultimamente vendo as coisas darem errado depois de tantos, tantos planos. Nem sei o que será de mim se depois de teimar, de novo, tudo der errado. Mas como me foi dito em uma orientação espiritual em uma sessão de meditação, talvez eu tenha só que deixar as coisas acontecerem. Let it be. Que sera, sera. Ou como esses dias eu li em algum lugar, parar de ficar perdendo tempo se preocupando. Ah, esses arautos, se conhecessem a mente de um virginiano…

Bem, não se pode ter tudo. Quem sabe pelo menos alguma coisinha? Alguma pequena luz de felicidade?

Nas próximas semanas devo rever alguns filmes do Estúdio Ghibli, em preparação para visitar o Parque do Ghibli nesta viagem! E talvez os Indiana Jones todos, Aladdin e outros de aventura porque está nos planos um passeio pela Disneysea em Tóquio também. Sim, claro que temos traçados planos para cada dia. E nem quero prever o que não vai dar certo… Espero poder compartilhar um pouco dessa viagem (custosa!) no Instagram e em alguns vídeos no YouTube. Já faz uns 5 anos que não viajo assim e pretendo ver também vários filmes durante os voos, embora eu já não tenha meus 14 anos – ai, ai, será que ainda aguento esse tranco quarentona, e sério, depois dos 40 a gente precisa mesmo se cuidar. Vamos ver. E talvez eu volte aqui lá por junho, pra contar algo mais animador e menos lamuriento, quem sabe?

“O território” e o que me dizem os Globos de Ouro

Que Hollywood sempre irá se reinventar? É, porque eu honestamente (ingenuamente) achava que esse negócio de Globo de Ouro já era e ninguém mais iria participar ou endossar o prêmio, com várias polêmicas e talz, mas que nada. Tava um montão de celebridades lá, como de costume senti um pouco de vergonha alheia com o host da vez (mas sério, hein, foi pavoroso), todos sentimos uma invejazinha da juventude que faz Timotheé Chalamet tão apaixonadinho, dei muito mais risada com a dancinha da dupla Will Ferrell + Kristen Wiig do que com todos os outros piadistas, faz total sentido terem um prêmio novo para maiores bilheterias, Lily Gladstone estava linda com seu vestido pomposo e mamãe apoiando para um dos melhores discursos da noite, e essa seria sim uma festa à qual eu gostaria de ir porque tem open bar, como bem pontuou Mark Hamill.

E que mais teve neste início de ano? Vi de uma tacada só uma das séries lá no Top da Netflix, “A grande ilusão” (Fool me once/2024) **, que é até bem competente em sua narrativa com uma protagonista interessante, por ser uma mulher forte e capacitada, com trauma passado em guerra, envolvida em um mistério após a morte do marido e da irmã, tendo que cuidar de uma pequenina e lidar com a família rica do ex. A atriz que interpreta Maya (Michelle Keegan) convence, mas acho que o destaque ainda maior é para o detetive Sami com sintomas de doença e bebê a caminho, ainda tendo que aguentar um novato parceiro designado ao caso. Acho que os atores seguram bem a trama para podermos nos surpreender ao final. Mas, para mim, pessoalmente, serviu mais para descobrir que Harlan Coben (autor original dos romances) tem vários títulos no Netflix! Gentem.

Também foi de supetão “Você é o que você come: as dietas dos gêmeos“, só porque estou nesta de meia-idade e já começo o ano pensando na minha saúde (como uma boa virginiana hipocondríaca), mas bem enganosa a chamada dessa série, hein. Eles tinham mais é o propósito de defender a dieta vegana em prol do meio ambiente do que os resultados em si na saúde, mas tudo bem, porque me fez relembrar alguns pontos, descobrir outros (como os cogumelos substituindo frangos, o restaurante da 11 Madison Square) e “dar um gás” a mais na vontade de ter uma dieta mais plant-based ainda este ano – além do motivo ecológico, a bem da verdade, também pela diabetes. O reality de poucos episódios (ainda bem!) mostra alguns pares de gêmeos que participam de uma experiência, enquanto um continua na dieta onívora, o outro gêmeo passa a ter uma dieta vegana, e o experimento tem duração de oito semanas.

Finalmente continuei e terminei a primeira temporada de “Only murders in the building“! Às vezes comédias em séries demoram um pouco para engatar comigo, mas acho que agora vai, pretendo terminar as três, porque ouço dizer que continuam bem boas. Seguindo um trio de moradores de um prédio rico em Nova York, que investigam um crime ocorrido no local enquanto fazem episódios para seu podcast de true crime, é uma delicinha de ver a dinâmica estranha e engraçada dos três e outros personagens se desenrolando – e eu bem gosto desses mistérios à la Agatha Christie. Por exemplo, os episódios que mostram mais da vida da detetive Williams, ou do surdo-mudo filho do patrocinador vivido por Nathan Lane, um dos melhores da temporada, em que procuraram deixar tudo “silencioso” como na visão do personagem Theo. Tem participação especial da Tina Fey, como outra autora de podcast famosa que vai até o Jimmy Fallon!; tem o Sting hahaha; e a Jane Lynch, então? Fazendo dublê do Charles (Steve Martin), genial. É incrível também notar a comédia física que tanto Martin Short quanto Steve Martin conseguem, apesar da idade – como não rir com aquele corpo mole meio envenenado no elevador? A eterna Holly do The Office (Amy Ryan) também tem seu momento de reviravolta, apesar de ser o interesse romântico trabalhado desde o início como uma musicista e só essa quebra de expectativa é ótima, inclusive o momento em que percebemos e desvendamos junto com Charles (na verdade ele já sabia antes de nós!).

Sobre filmes, meu sentimento geral é a vontade de escrever. E isso vai se refletindo (inconscientemente?) nas minhas primeiras escolhas do ano, uma comédia romântica da Nora Ephron para eu relembrar como eu gosto de boas comédias românticas, apesar de ser um gênero tão detratado por tantos. “A crônica francesa” é bem especial, sobre um jornal francês, separado em “colunas” contadas por seus autores em causos particularmente peculiares: tem uma voltinha de bicicleta com o jornalista de Owen Wilson; o pintor louco vivido por Benicio del Toro inspirado por uma policial (Wes Anderson se aproveitando bem dos atributos físicos de Léa Seydoux), um caso apresentado pela curadora Tilda Swinton e contando ainda com o negociador Adrien Brody; o apreciador culinário (Jeffrey Wright, que eu desconhecia antes desse hype sobre “American Fiction”, apesar de várias incursões nos 007 e outros filmes no currículo) que visita um chefe de delegacia e presencia o salvamento do filho sequestrado do inspetor; e talvez o que mais tenha me tocado, a rebelião juvenil liderada por um Timotheé Chalamet jogador de xadrez contada pela mulher que não se casou porque não quis, mas quando se quer viver de escrita… vivida pela Frances McDormand. É, como já virou praxe, o elenco é estelar e Anderson continua com seus enquadramentos perfeccionistas, fotografia vintage, brincadeiras de imagem, mas eu nunca desgosto dos trabalhos desse diretor, são sempre aprazíveis para mim.

Quando Paris alucina” (1964) também veio aos meus olhos porque me interessei pela historinha, sobre um roteirista em Paris! E tem a Audrey Hepburn que eu amodoro desde sempre, vivendo a datilógrafa que ilustra as possibilidades desse roteiro para ele, um alcoólatra com bloqueio (vivido por William Holden, que no meio da produção foi realmente internado, ele sofria mesmo nessa época com o álcool). Audrey é adorável, com seus olhos mágicos, apontados pelo roteirista, vestidinhos clássicos e aura amorosa, e talvez o ritmo capengue um pouco, mas o filme tem seus momentos divertidos, paspalhices (incluindo participação especial do ator Tony Curtis) a ainda algumas piscadelas aos cinéfilos – como não reconhecer a cena descrita de “Bonequinha de Luxo”, ou sorrir porque sabemos que “Minha bela dama” (My fair lady) foi protagonizada por Audrey também (e lançado no mesmo ano! Apesar deste ter sido filmado em 62).

Outra escolha por ver uma personagem escritora foi “A flor do meu segredo” – fazia tempo que eu não conferia um Almodóvar, e que bom pra mim, ótimo pra um início de ano. Sobre uma romancista de novelas água com açúcar, que tem que lidar com a traição de uma amiga e separação do marido, além de querer escrever outras coisas. Sempre com suas cores fortes e retrato apurado das mulheres e seus sentimentos profundos, chamou-me a atenção o que a mãe da Leo conta sobre um momento após a separação para ir ao seu interior natal e não se tornar uma “vaca sem sino” (sem rumo, sem eira nem beira). De modo único, diálogo muito apropriado. Quantas vezes já não me senti como essa vaca, após algum desses baques de vida ao me iludir com uma coisa ou outra?

Para finalizar este apanhado, o filme que mais conversa com minha vontade de escrever. Talvez inesperadamente para o leitor deste post, “O território” foi o documentário ganhador do último Emmy! (2023 ou 2024?). A primeira vez que ouvi falar dele foi, pra ser honesta, num post do Instagram do Leo DiCaprio (claro, por que não?). Sem muitas “barrigas”, como vários documentários que já vi, mostra a luta de um grupo indígena cujas terras sofrem invasão, principalmente depois do apoio do governo federal (do Bolsonaro) a agricultores, ou mesmo madeireiros, grileiros e afins. Lembram como os desmatamentos estão ligados às questões ambientais, mas são bem justos, mostrando o outro lado, dos invasores, também. Afinal, se a questão fosse simples, já teria sido resolvida, não? Há muito mais envolvido, os invasores que não sentem estar fazendo algo errado, o “espírito colonialista” arraigado de ocupar terras, tomar posse, aquela ideia de ter o seu para levar uma vida melhor… Muito boa a atenção dada à futura geração, conseguiram criar tensão com a morte do indígena após o termos conhecido e seguimos com as câmeras do próprio povo no meio da mata inspecionando. Por vezes, fiquei pensando em como até parece ficção – só que não, bem que a gente gostaria que fosse ficção.

E esse filme fala comigo porque de certo modo é o que eu gostaria de fazer. De ver mais. Sobre natureza, meio ambiente, algo que contribua para que mais pessoas entendam o que realmente é importante, além das economias ou das pequenices, cuidar do planeta tornou-se algo urgente e que está aqui, não está mais longe de nós não. Que bom o prêmio para o pessoal, que dê mais visibilidade às vozes indígenas. Que traga mais consciência. E olha que o diretor, a produção, é de pessoal de fora. Então, eu não preciso sentir vergonha de não ser uma daquelas pessoas ali pra poder contar essas histórias. Porque dizem que devemos contar algo que conhecemos, nossa vivência, mas talvez também seja bom ter a visão de quem está de fora no interesse e respeito para dar abertura e expressão a quem está ali envolvido realmente nas situações difíceis. Até o próprio filme do Scorsese aí nas premiações deste ano, vejo como um exemplo disso. Sim, é um filme feito por “brancos”, mas com todo o respeito e consideração pelo coração desse povo indígena, abrindo sua história para que chegue a muito mais pessoas. Não é presunção. São histórias que precisam ser contadas, para incitar, fazer refletir, inspirar. E são as que queremos ver.

Meu show da virada foi o do Paul

Eu não sei se é só uma impressão falsa que eu tenho cá comigo, de que o show da virada degringolou para o mal. Quer dizer, teve alguma época da minha vida que eu gostava de ver os artistas que fizeram sucesso no ano cantando seus hits e depois acompanhar os fogos e a virada do ano por todo o Brasil. Mas talvez essa memória seja errônea e falha. Talvez isso nunca tenha sido realmente bom, só sei que este ano acabamos voltando para casa em vez de passar a virada na praia, e eu não consegui acompanhar o tal “show da virada”. Até botei um alarme para 10 minutos antes eu trocar o canal e acompanhar apenas os fogos. E antes disso? Meu show da virada foi o show do Paul McCartney, pela Disney +. Se eu tivesse com quem deixar a pequena, com certeza teria ido conferir no Mané Garrincha aqui em Brasília, mas não deu pra estar lá ao vivo, com toda aquela vibe boa (porque todo fã de Beatles tem uma vibe boa, ou talvez essa também seja uma impressão falha pessoal minha).

Aproveitando a deixa, comento aqui que no final do ano passado conferi o clipe da chamada “última canção dos Beatles”, “Now and Then”. Gostei mais do mini documentário mostrando os bastidores de como se deu essa canção, aproveitando o áudio gravado do John que a Yoko cedeu e gravações de quando George ainda estava vivo também, com a tecnologia mais avançada que possibilitou trabalhar com as faixas de som. Todos dirigidos por Peter Jackson, só que o clipe eu achei meio estranho eles tentando colocar versões diferentes dos quatro na mesma cena, ficou meia boca e não tão elegante como poderia ter sido. Enfim, a melodia é agradável o suficiente como outras composições mais simples do quarteto de Liverpool.

E assim começo o ano, embora não tenha conseguido conferir já no primeiro dia a cerimônia budista tradicional do Ano Novo, com ecos de Beatles (melhor do que Ludmilla, pelo menos pro meu gosto) e comédias românticas. No final do ano eu quis ver algum filme natalino e qual não foi minha surpresa que a comédia romântica típica que escolhi se saiu melhor do que a encomenda: “Resgate do coração” (2019)** tem a ver mais com elefantes resgatados do que a simples e básica estrutura de comédias românticas, fora que ver Kristin Davis (Sex and the City) fazendo par com Rob Lowe também não foi ruim.

Depois de ser arrebatada pela série dramática coreana “Uma dose diária de sol”, que me ajuda também a pensar num roteiro em desenvolvimento, tratando de saúde mental e romance, e que me fez chorar em todos os episódios, eu fui procurar algo mais “leve”… E acabei vendo de uma tacada só a adolescente “Minha vida com a família Walter” (2023) pela Netflix, simplesmente escolhida pela descrição de ser uma mistura de “Heartland” e “Gilmore Girls” – ou algo assim. E a Jackie, personagem principal, realmente lembra um pouco a Rory, por ser toda certinha e estudiosa, em busca de uma vaga numa universidade renomada. Ela é de Nova York, mas depois da morte dos pais e irmã em um acidente, vai morar com amigos dos pais no interiorzão dos EUA, numa família com oito rapazes (!), ficando com um que é mais atencioso e nerd, e se envolvendo com outro mais velho problemático, que por problemas de saúde teve que desistir de seu sonho de ser jogador de futebol americano. A dinâmica da família é bem legal, cada irmão tem alguma característica sua, os pais também se viram com os problemas nas terras, a mãe é veterinária, e tem o conflito do irmão que já está noivo e decide empreender em outros negócios. Não é uma série de todo ruim, só que pra mim a química ali entre Jackie e Cole não funciona tão bem, ou talvez seja eu chata que não ande aceitando muito bem os castings…

É, como a escalação de outra comédia romântica que vi, “Case comigo” (2022)*, com a Jenifer Lopez e o Owen Wilson, sobre uma cantora famosa que está prestes a casar em um show com outro famoso (interpretado por Maluma, que tem 25 anos de diferença com a J. Lo, essa mulher tá em muito boa forma, né não). Acaba se “casando” com um professor de matemática – e pontos positivos para a turma que ele ensina, garotada que parece ter se divertido; achei essa escalação bem ruinzinha, pelo menos pra mim, não vejo esse casal combinando, enquanto que com o Maluma parece ter muito mais química mesmo!

Enfim, os planos para este ano são de continuar o curso de pós voltado para roteiros e conseguir terminar pelo menos alguns… E claro que alguns desses são comédias românticas – como vocês já perceberam faz tempo, é um gênero que gosto de ver, apesar de parecer muito bobo. Continuar a cuidar da melhor forma que consigo da minha fofurinha espevitada, pensar e fazer algo possível pelo meio ambiente, cuidar do lado espiritual para poder oferecer apoio para mais pessoas. Segundo o horóscopo chinês, este ano é do Dragão, para alçarmos voos ainda mais altos, progredindo no que já mudamos com os pulinhos de coelho do ano anterior. Vamos ver se vai dar certo e de vez em quando venho aqui para deixar algum registro de voo. Feliz voos para todos nós!

Finados e “o jogo do diabo”

Hoje é dia de Finados e este ano eu estava pensando em quão peculiar é essa conjuntura. No dia 31 de outubro temos o Halloween comemorado nos Estados Unidos – e importado por nós, pelo menos no quesito “festa”, com direito a fantasias e doces para as crianças. Aliás, minha pequena foi num shopping com seu baldinho em formato de abóbora laranja e conseguiu muitas balinhas e pirulitos. Bem diferente da minha (falta de) ideia quando era criança e vi “E.T.” e o pessoal saindo na rua como monstros diversos e eu achando aquilo tudo muito bizarro (como o próprio E.T. deve ter olhado para tudo aquilo, pensando bem). Logo depois, dia 01 de novembro é Dia de Todos os Santos, e dia 02 é o “Dia de los muertos” no México, ou Finados no Brasil. É ou não uma época para considerar o sobrenatural?

Pelos ensinamentos budistas que pratico, nós podemos fazer pedidos de oração direcionados aos espíritos. Talvez seja algo estranho para alguns, mas lembrar dos entes queridos ou ancestrais parece ser algo comum em muitas religiões e essa é uma forma pela qual acreditamos que podemos oferecer algo de bom daqui desta existência à outra. É um tema importante trabalhado no longa de animação “Viva!”, não lembro se comentei pormenores, mas lembrar dos que se foram talvez seja uma forma de mantê-los “vivos” ou existentes.

E daí contemplo também algumas vidas. Lembrei-me da minha gatinha, do meu avô. Pensei no Matthew Perry, que se foi tão recentemente, e que na verdade só lhe faltava era compartilhar sua experiência aqui (não foi recente também a publicação da sua autobiografia?) para estar livre para ir. Algumas mortes – e vidas – me parecem fazer mais sentido que outras.

Este ano, então, não vi uma lista de filmes de terror. Eu vi aquele especial do “Friends”, da reunião da galera, realmente Courtney acertou, seria a última vez que todos os seis amigos mais icônicos da cultura pop estariam juntos na mesma sala comentando sobre sua série mais famosa.

Na verdade, esse eu vi “de folga”. Mas para o Halloween mesmo estava maratonando “Wandinha“, do velho (e bom?) Tim Burton. Quer dizer, eu sei que ele só dirigiu alguns episódios, trabalhou mais como diretor executivo, mas tem toda a cara dele, até mesmo na escalação da Cristina Ricci – muito acertada, homenageando a intérprete de Wednesday nos filmes dos anos 90. Ano passado teve todo aquele hype com dancinha no TikTok, mas eu sou aquelas “do contra” que quando todo mundo fica falando eu prefiro evitar. Bom, depende do caso. Mas foi assim com essa personagem da Família Addams, e ficou uma série bem acertadinha, aproveitando os trejeitos únicos da garota macabra, algo diferenciado no cenário juvenil de escola nova, novas e estranhas amizades, ainda misturando um mistério a ser desvendado. Curti bastante, oito episódios bem trabalhadinhos, aproveitando pistas enganosas, o contraste entre a protagonista e seus colegas, fazendo graça das estranhezas, os efeitos pra dar vida ao Mãozinha (Thing) ficaram perfeitos, e a gente até se emociona quando acha que ele vai morrer. Só não gostei muito do visual do monstro, e convenhamos que deu saudade do Raul Julia que era o Gomez perfeito… mas todo o contexto de caça às bruxas, o Hyde (bebendo da famosa história de Jackill & Hyde) e referência a Edgar Allan Poe, tem até participação especial do Fester, não esqueceram do Primo It, capricharam.

Porém, se for para comentar sobre uma série que me surpreendeu mesmo foi “O jogo do diabo” (Netflix). A primeira vez que vi só a “capinha” eu achava que era algo meio de terror. Mas foi uma grata surpresa conferir este reality que é na verdade de jogo intelectuais! É uma série coreana e não consegui parar de ver, muito instigante – pronto, finalmente achei realities que fazem mais meu tipo, que BBB que nada. Esses jogos de competição mais “espertos” tão ótimos (o último que gostei foi “O sabotador”, embora tivesse mais desafios físicos).

Já no primeiro episódio propõe um jogo onde existe um vírus, e personagens, onde todos tem que descobrir quem é quem – quem está infectado, quem é policial, jornalista ou pesquisador, e é uma loucura, uns tentando enganar outros… Os participantes ficaram uma semana confinados, a cada dia um jogo diferente para cada um poder ganhar mais “chips” (se acabarem todos você é eliminado) e um jogo para aumentar o prêmio final. Mas o pessoal é bem inteligente, apesar de entre os jogadores terem nomes que parecem ser famosos na Coreia – incluindo youtubers, atores, apresentadora de TV, garoto de boyband, jogadores de jogos eletrônicos, além de médico, advogado. Na verdade, acho mesmo que o ganhador final é um gênio, ele é muito crânio! E também foi o mais honesto e valoroso, na minha opinião. Eu estava torcendo pra ele! hahaha

Teve jogo de estratégia, de montagem de formas, de combinações, de variáveis, de tabuleiros complicados, de pôquer com muita matemática. Em alguns dos jogos foi difícil até entender as regras para mim >.< Duas pessoas ainda iam para a prisão caso fossem as que ficassem com menos chips, e lá na prisão ainda tinha um jogo surpresa que pra desvendar e depois vencer também foi um baita desafio. Eu torci contra a aliança do Orbit, prontofalei, e me emocionei bastante! Recomendo.

E é isso aí. Ainda só comecei a nova temporada de “Loki” e vi “Mila no Multiverso”, mais por causa do Frapa, mas nem me empolguei tanto assim – gostei dos figurinos do Instituto, de uma vida mais “natureba” e alquímica. E estou bem contente com a nova série baseada numa graphic novel, “B.A.” (HBO Max). Muito divertido os figurinos coloridos e é ousada, para a galera jovem do Brasil, porque convenhamos, hoje em dia todo mundo beija todo mundo mesmo. (Eu é que sou velha e prefiro as histórias românticas tradicionais). A série me lembrou um pouco um filme que eu gostei bastante, “A vida em preto e branco”. Os mais velhos sofrem de “monocromia” e alguns jovens que vomitam colorido descobrem ter poderes especiais. Com esse visual lidando no fantástico, o que mais acertaram foi mesmo o retrato da geração mais jovem atual.

Filmes eu tenho começado e parado no meio… acho que tenho lido mais roteiros, principalmente por causa do curso – que já está no meio do trimestre! Xenti. Reli “O fugitivo” (filme disponível na HBO Max também), li “Gênio Indomável”, “A testemunha”, pulei só “Beleza Americana” porque não gosto muito do tema (nem do Kevin Spacey). Também li capítulos do Lajos Egri, estou gostando de trabalhar sobre uma história a se tornar roteiro.

É, enquanto a gente ainda está por aqui, continuamos né? Com o melhor que temos, da melhor forma que podemos, e quem sabe sermos lembrados por alguém depois que passarmos desta (para melhor?). Vendo os relatos de alguns fãs no episódio especial de “Friends” eu percebo por que a série foi uma das mais vistas e continua sendo tão popular, ajudou tantas pessoas no mundo a se sentirem menos sozinhas e continuarem em frente apesar das dificuldades. Matthew será lembrado e espero que todos nós também possamos ser, nem que seja por alguns amigos próximos.

Uma fala do Luffy e ainda sobre o fiasco de 25

Tanta coisa, passou mais de mês desde meu aniversário e acabei nem registrando qualquer coisa aqui. Pois bem, vamos primeiro falar do fiasco desse 25.

Conforme se passaram os anos desde jovenzinha, eu fiquei muito contente por compartilhar meu aniversário com Sean Connery (que já morreu, mas ficou marcado na história do cinema como um dos melhores 007, não?), Tony Ramos (que já foi galã de novelas, xenti), Rachel Bilson (a Summer do The O.C. e possível parzinho do Chuck), Blake Lively (que tem cada visual incrível no Met Gala e acabou se casando com um escorpião de 23 de outubro, minha primeira paixão platônica na vida real também era desse aniversário). Claro que meu nome favorito, porém, sempre foi Tim Burton, que apesar de ser estranho e meio sinistro, já se deu bem com animações, romances bizarros e até filmes bem sucedidos de heróis. Representa um pouco de mim, que apesar de não pensar de modo muito convencional, ainda teria alguma chance com o cinema e Hollywood até.

Mas este ano eu decidi ir no IMDB dar uma conferida e atualizada na minha lista. Em primeiro lugar, mais popular, Alexander Skarsgard! E eu acho que vou ter mesmo que ver “Succession”. Ou vocês me recomendam essa lenda de Tarzan com a Margot Robbie? E não é que descobri o William Friedkin (que morreu no início do mês de agosto, xentem, desconfio que também acontecerá comigo, morrer no mês de aniversário), isso mesmo, o diretor de um dos clássicos do terror, “O exorcista”. É até peculiar que vários virginianos tenham um lado meio sombrio, meio dark, expressando-se pelas artes: Stephen King é de virgem, Agatha Christie também era.

E se o Tim Burton andou meio chateado com as aparições de duas “criações” suas ajudando a dar dinheiro pro estúdio – quer dizer, na verdade a conversa era outra, era sobre o uso de efeitos rejuvenescedores – aqui vamos eu para mais um post desta minha blog-terapia. Sim, andei uns tempinhos meio chateada. E me perguntando se vai ser assim pelo restante deste ano todo de vida; por alguma tradição japonesa alguns aniversários são marcantes e anos “difíceis”, pelo menos segundo minha mãe, isso implica em bolo redondo sem falta: entre essas idades, 33 (idade de Jesus!) e 42.

Aqui vamos eu desabafar sobre o fiasco do último 25 de agosto, em que tudo deu errado. Estendendo-se à sensação de “e se a vida inteira deu errado, o que a gente faz?”. Ou foi a onda de calor que andou fritando meu cérebro, me derretendo? 

Vamos eu admitir que esperava alguma coisinha do concurso de argumentos, relembrei como é me sentir completamente inadequada ao meio audiovisual brasileiro, que fiquei um pouquinho triste sim e quase querendo desistir da viagem no final do ano, e daí relembrei de como já andei desistindo de tanta coisa nesta estrada de vida.

E depois de tantas tentativas, ficamos a indagar se realmente isso não é pra gente, afinal. Que ficamos nos iludindo, acreditando que poderíamos ser alguém especial. Quer dizer, cada um tem ou desenvolve seus talentos e aptidões, mas talvez eu estivesse errada o tempo inteiro, e não quis acreditar que não havia qualquer coisa de especial em mim.

Pois então. Dia 25 eu tinha planejado, este ano ia pegar o bolo sabor brullé (que fui encomendar dias antes e não ia dar para fazerem, só depois de sábado, sendo que o niver caía na sexta); ia no Cine Drive-in ver “Barbie”, porque daria pra levar a pequena junto (no dia antes saiu de cartaz pra “Besouro Azul” e um filme de vampiro), acabei desistindo; daí decidi fazer um bolo com a filhota, esqueci a colher que ela tinha usado pra mexer e botado dentro do copo do liquidificador, copo que quebrou e espalhou massa de bolo pela cozinha toda, fiquei metade do dia limpando a casa; ia jantar no Paris 6 pra ver se eu ganhava sobremesa de brinde, mas acabei desistindo com essa série de atrapalhadas.

Daí revi para analisar quantas vezes na minha vida eu já havia desistido de algo – sou uma desistidora? Para ser honesta, até que avaliei e procurei ver por um viés positivo, não me achei tão mal assim. Sim, eu deveria ter desistido é do segundo ano de cursinho e ido fazer o curso de teatro. Sim, eu deveria ter desistido de prestar audiovisual na USP e escolhido japonês, feito uma faculdade pública, deixado pra fazer um curso de audiovisual como segunda opção mesmo. Na verdade, meus arrependimentos são mais por coisas que acabei não fazendo, nem tanto aquelas que desisti.

E assim, passei anos com a sensação de ter desistido tantas vezes de trabalhar com cinema, porém continuo por aqui. De tempos em tempos retornando aos sonhos – ou seja, eu não desisti realmente, nunca por completo. Voltamos. Em novas conjunturas, com algumas diferenças.

Outro dia eu estava zapeando o Netflix – aliás, ultimamente eu percebo que ando passando muito mais tempo zapeando os canais de streaming do que realmente vendo alguma coisa! – e num desses trechos de imagens que o Netflix nos apresenta para gerar interesse em vermos determinado título, eu me deparei com uma fala do Luffy (do anime de “One Piece”, a série em live action comecei a ver, mas estou indo aos poucos), em que ele diz que ele decidiu que quer ser pirata e pronto. Pode ter que lutar e morrer tentando, mas ele decidiu.

Me identifiquei, mais ou menos. Acho que mesmo que nunca dê certo, vou morrer tentando. Posso falar que vou desistir, mas não consigo, é algo já em mim. E é isso. Agora já decidi que vou me tornar roteirista, e pronto.

E tudo anda tão diferente! Pelo menos comparando a quando eu tinha 10 anos e achava que tinha que aprender inglês por conta própria para ir trabalhar nos EUA, já que a produção cinematográfica no Brasil era escassa (sim, era início dos anos 90). Hoje tem canal no YouTube falando só de roteiros no Brasil, tem curso de assistência de roteiro (coisa que eu nem imaginava que existia no Brasil, sala de roteiro!), temos concursos de roteiro e o maior festival de roteiros da América Latina que eu também desconhecia, mesmo tendo feito aqueles dois anos de curso audiovisual no início da última década.

Aliás, descobri sobre este festival ano passado, quando fui para Gramado, e este ano me comprometi comigo mesma a ir lá conferir. Será no próximo mês e talvez eu consiga postar alguns comentários por aqui, vamos ver.

Porque era pra eu ter tecido comentários sobre “Novela” e “Insustentáveis”, séries brasileiras disponíveis no Primevideo que até que foram interessantes, ou mesmo a inesperadamente divertida “Jury Duty”, xenti, nem sequer comentei de “Barbie” (que acabei vendo depois) ou “Bacurau” (que foi o que acabei vendo no meu aniversário).

Fora novas resoluções sobre o que quero escrever e ver, principalmente me aproximando mais de Hayao Miyazaki, digamos bem resumidamente. Nesse meio começam a entrar pra minha lista de querer ver títulos como o doc “Território” e um filme antigo, “Soylent Green”, dessa lista já estou na metade de “Aruanas” que acabei perdendo lá por 2019, afoita com a gravidez, enrolada com a pandemia. É, andei perdendo um certo tempo nos últimos anos…

E os comentários então sobre esta leva de produções relacionadas à carreira de youtuber? No Prime tem uma série mexicana, lançada pouco antes da série brasileira “Compro likes” no Star, que é o mesmo tema de um filme com Andrew Garfield e a filha da Umma Thurman e do Ethan Hawke lançado na mesma plataforma. Tantas, tanta coisa. Então, sobre novos posts, veremos. Vejamos.

Apesar de tudo isso, ainda tenho meus sonhos grandiosos de Hollywood – e por que não, né Luffy? Então também me decidi a conseguir um certificado! E se posso ir em busca de um internacional, por que não, não é mesmo, Luffy? Pois é, faltou também post comentando sobre essas reviravoltas pessoais de querer mudar um pouco, deixar de sempre achar que não sou boa o suficiente pra essas coisas… e quem falou? E mesmo que eu não seja tão boa escritora, olha só quanta gente ruim além de mim tem por aí, né? Hahaha.

Supostamente este novo curso deve durar um ano e meio, por aí. Tenho até cinco anos para terminar, mas com um investimento financeiro relativamente alto, vamos ver como isso se dará… Por agora, apenas fico por aqui ansiosa pela minha próxima viagem para escrever e ver o último do Scorsese (e do DiCaprio, claro).

The Marvelous Mrs. Maisel – season 04

Sim, estou comendo um sanduíche de pastrami enquanto engenho este texto, simplesmente porque ver essa série me deu vontade de comer esse sanduíche. Lá em Nova Iorque tem várias delis que vendem e eu cheguei a visitar aquela que ficou famosa pelo filme com a Meg Ryan e o Billy Crystal (“Harry e Sally: feitos um para o outro”, que pretendo rever em algum momento este ano, saudades de boas comédias românticas). Fato é que ver essas séries dos Palladinos nos dão muita fome (e lá vem segunda temporada de “The bear”, hein!), eu queria sempre poder comer um monte de besteiras igual às “Gilmore Girls”, hambúrguer e fritas (alguma vez na vida pensei que poderia comer isso todos os dias), e as noites de filmes em que passavam primeiro no mercadinho e depois na locadora, pizza e depois jujubas diversas, e os sorvetes?, e lembrei o Dean explicando para o Max (aliás, ator que faz uma ponta inesperada aqui nesta série também) que elas comem muito e ainda os culpam por comerem demais.

Falando propriamente desta quarta temporada, que tinha sido interrompida por causa da pandemia da Covid, foi bem triste, né. Quer dizer, vi alguns comentários de pessoas reclamando como decaiu a série, algumas não gostam de tanta exposição dos personagens coadjuvantes e algumas reclamam que nada importante acontece com a Midge, mas querem saber minha humilde opinião? Pensando como alguém que gostaria de escrever roteiros, fora eu apreciar muito todos os coadjuvantes e seus intérpretes (então nem liguei para reclamações sobre eles, exceto em certos momentos que Stephanie Hsu parecia meio artificial entregando suas falas, que supostamente tinham que ser super corridas), digo que a temporada inteira foi estruturada para seu grande final, no último episódio; que foi proposital Midge parecer estar obscurecida e empacada, que é exatamente esse momento da jornada que ela precisava passar e então levar um tapa na cara, um discurso do Lenny, que ela tanto admirou desde o início como comediante stand-up; e digo mais, que todos nós seres humanos passamos por momentos semelhantes da vida, em que “teimamos” com algo, sofremos frustrações, queremos brigar com o mundo, fazemos planos. E daí precisamos de alguém ou algum acontecimento para percebermos que não precisamos planejar, e sim trabalhar, trabalhar, trabalhar e continuar. Digo isso com toda a convicção de uma virginiana que sempre fez planos e já se frustrou demais, que aos 10 anos planejou uma escapada do aeroporto em Los Angeles e imaginava fazer filmes com Spielberg, mas 30 anos depois ninguém nunca descobriu seus roteiros. Talvez porque nunca tenha se dedicado com tudo o que tinha para esse objetivo, faltou sair dos planos, dos sonhos, para trabalhar, de verdade.

Pois é. Vamos então à esta temporada, que nos fez chorar algumas vezes… E o que verei em seguida? “Succession”? Aquela da rainha Charlotte? “Breaking Bad”? “Iluminadas”, porque foi produzida pelo Leo? Ah é, eu vi “Big little lies” esses tempos também, mas fica pra outro post. Meu esposo estava revendo “The office” (que eu tinha dropado lá pela quinta temporada) e chorou no final, talvez essa não. Vamos ver.

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S04ep01 – Rumble on the wonder wheel
Midge está amarga, com raiva e desejo de vingança, sim, ela teve um surto no táxi voltando do aeroporto em que o pessoal do Shy a deixou, tirando a roupa, arranjando um galho para bater no carro, recebendo buzinadas de caminhoneiros e discutindo com Susie sobre o fim da carreira. Susie está numa enrascada, precisa devolver o dinheiro que perdeu e era da Midge, vai com a irmã receber o cheque da seguradora e elas acabam numa salinha secreta que parece de interrogatório, ao final pede para a irmã dar em cima do cara pra ver se libera a investigação do “caso”. O clube de Joel está indo muito bem, mas isso é ruim para o casal que lhe alugou o lugar, que estava só querendo um negócio de fachada, mas se fosse bem sucedido iria chamar muito a atenção, acaba seguindo o conselho de Moishe de “molhar a mão” do capanga com quem ele tentara falar chinês usando um dicionário velho. Por telefone, Midge descobre que a família está comemorando o aniversário do filho Ethan adiantado, porque eles não poderiam mais tarde, e vai encontrar com eles em Coney Island, que fica ainda mais charmosa nesta reconstrução sessentista, e cada membro da família acaba entrando em uma cabine diferente da roda gigante, discutindo aos berros sobre a atual situação de Miriam, que deve a Moishe, enquanto Shirley se delicia com um doce local. Assim, Joel acaba aceitando emprestar dinheiro para Susie, e ela não concorda lá muito bem com Midge querendo mudar as regras do jogo e se apresentar em um lugar em que ela possa ser ela mesma, pois suas melhores apresentações foram de improviso. Aliás, conversa no diner, com sanduíches de pastrami, ai, ai.

S04ep02 – Billy Jones and the orgy lamps
Midge tem que rebolar para voltar a morar em seu antigo apartamento e conseguir um tempo maior de fiado com o comércio local, desesperando-se quando não tem leite para o cereal de Ethan e xingando o fornecedor, para então chorar as mágoas com Susie pelo telefone, porque depois de um jantar convidando os pais relutantes a morarem com ela, Rose acaba fazendo Midge e Abe acordarem, contando a história que eles é que compraram o apartamento. Abe começa a escrever para o jornal, conhecendo o pessoal, ele fica feliz escrevendo – até dando uma de Trumbo, com a máquina na banheira – mas o pagamento pelo jeito é medíocre, ele bebe e conta à filha que ninguém gostava dele na Columbia e ela aceita o cheque que dá pra comprar um ou dois ovos. Já o cheque da seguradora finalmente sai para Susie, após a irmã ter dormido com o cara que agora a contratou como secretária, e Susie consegue pagar Joel, que é convidado pela mãe a jantar, mas é só Shirley tentando arranjar uma nova mulher para o filho – uma candidata grávida! – o que o faz pensar em contar para os pais sobre Mei. Numa conversa no parque com Harry (adorei os figurantes comprando picolé ao fundo), após descrições confusas das suas ex-mulheres, este aconselha Susie a fazer seu talento subir aos palcos novamente, e também a diversificar sua clientela. Ela leva Midge de surpresa a um clube, onde a comediante não consegue vaga e conhece todas as piadas de judeus, e Susie deixa Billy Jones preso para fora só para Midge subir ao palco fingindo ser ele e ser presa de novo, “oferecendo diversão” ao serem expulsas do clube. Saindo da prisão, dão uma carona para uma garota até seu clube de stripper, que tem um comediante apresentador prestes a se aposentar – o que será que Midge conversa com Susie e vai aprontar agora, hein?

S04ep03 – Everything is Bellmore
Este episódio é dedicado a Brian Tarantina, que interpretava o Jackie, e foi bem apropriado incluir a morte na ficção, do seu personagem (os Palladino também fizeram isso com o ator que fazia o pai da Lorelai de “Gilmore Girls”, e acho muito digno, uma chance do público e dos colegas dizerem seu adeus. Já na sequência de “Pantera Negra” eu achei um pouco over, mas essa sou eu). O discurso de Susie ficou à altura, emocionada, tocando num tema comum, que às vezes as pessoas envelhecem e nem damos conta ou valor sobre tudo o que elas viveram. Também procuraram colocar situações cômicas entorno, não sei se todas funcionaram, como Midge fazendo um monte de comida e afastando a bebida de Susie, a agente sem conseguir dormir hospedada na casa de Midge, não ter ninguém no funeral e ela levar o quadro pra sala ao lado. Fora isso, Abe é convidado a fazer uma crítica de uma nova peça, consegue ingressos para todos e é uma festa, é de um rapaz que ele conheceu desde criança, da comunidade judaica; só que a peça é horrível e ele não consegue escrever sem detonar o teatro moderno, mas é detratado pela comunidade no templo, criticado até pelo rabino, porém se defendendo e saindo triunfalmente (só faltou a capa). Um outro momentinho logo no início do episódio foi Lenny Bruce aparecer para ver Midge se apresentar no clube de strippers, ela com vergonha, mas ele contando que ela deve evitar as distrações – e ele e os colegas se esmeram mesmo para distraí-la, jogando tudo o que podem no palco.

S04ep04 – Interesting people on Christopher Street
Isso é verdade, que existia uma rua em Nova York para procurar pessoas, er, “diversas”? E vocês sabiam que um cravo verde na lapela referencia Oscar Wilde? Bem, Midge leva Susie num clube para lésbicas porque ela nunca fala da vida pessoal, enquanto ela sai com uns caras nada a ver como um médico que só fala espanhol e pede o prato no restaurante por ela, fazendo-a usar o código pra Susie lhe salvar – o chapéu errado. Mas Susie está mais preocupada é com seus negócios, e velhos amigos capangas conseguem arranjar para ela um lugar barato para ser seu escritório e moradia, com uma vista para a Times Square que a deslumbra; tem muita coisa para arrumar, mas Sophie Lennon a visita e Susie promete ajudá-la contanto que a altona saia de sua cola depois, ainda maravilhada com o elevador. A crítica no jornal de Abe também faz Asher vir conversar com o advogado Kessler em NY, pois estão sendo investigados por um prédio federal que detonaram no passado, e falando em passado, Abe parece muito amigável relembrando aventuras da juventude até que Asher não para de elogiar Rose e lembra que eles já saíram juntos. Mais tarde Abe vai brigar com Asher com este tendo uma ideia para uma nova peça. Os créditos finais deste episódio são diferentes, aparecem após Midge anunciar o final do show e as luzes se acenderem no clube noturno – e ela anda se empenhando mesmo para fazer a balbúrdia do lugar diminuir e melhorar a organização, saber qual o próximo número, o gerente bater na porta das meninas, o tempo que a orquestra toca e quem cuida das cortinas ou do microfone, melhorar a segurança… embora ela própria caia do palco.


S04ep05 – How to chew quietly and influence people
Susie está à procura de uma secretária, utilizando livros e dicas de colegas, como saber como a moça mastiga, mas depois de uma longa noite com Midge, encontra Dinah, que ficara esperando desde as quatro da tarde por uma entrevista. Além de conseguir para Sophie uma entrevista no show do Gordon, também acolhe um jovem mágico bêbado e consegue lugar para ele no clube do Joel, que ainda está fugindo da mãe querendo lhe arranjar uma nova mulher e insiste com Mei para que ela conheça os pais dele. Já os negócios de Rose como casamenteira andam bem, com ela sendo convidada até o rancho de alguém importante da sociedade, Solomon Melamid (xenti! O Max Medina, professor da Rory que quase casou com a Lorelai em “Gilmore Girls”! Olha como ele envelheceu!). Só vai ser difícil manter a “discrição”, com Rose descobrindo em qual clube Miriam se apresenta… Mas para mim o destaque deste episódio é o casamento de Shy Baldwin (obviamente de fachada), para o qual Midge e Susie parecem ter sido convidadas por engano, e comparecem querendo acabar com a festa, mas adoram os canapés e a bebida improvisada do melhor whisky com cereja, avistam Sidney Poitier, James Stewart, veem Shy se apresentar com Monica, e chamar Harry Belafonte para o palco (!), até que Midge volta ao início de tudo, encontrando Shy no banheiro feminino e eles conversam, com ela revelando o que teria dito se tivesse a oportunidade de entrar naquele avião: não ia pedir o emprego, ia pedir desculpas, porque ela o considerava um amigo. Finalmente, as duas descobrem por que foram chamadas para o evento, o pessoal de relações públicas quer chantageá-las para não falar mais nada de Shy, mas Midge é firme em recusar altas propostas, mesmo com Susie oscilando, porque afinal as duas andam bem falidas; e Midge ainda tem tempo de resgatar alguém caído na rua.


S04ep06 – Maisel vs Lennon: the cut contest
É Lenny Bruce que Midge recolhe e acorda no quarto do filho dela, estranhando muito estar nesse universo de dona de casa do Upper West Side, sendo reconhecido por várias pessoas e por acaso comentando que tem uma filha. Sophie foi muito bem no programa de entrevistas e conseguiu apresentar um programa de jogos, seu sucesso reflete nos presentes enviados a Susie – inclusive um Cadillac! – e no retorno de Dawes. Finalmente vemos alguns resultados, mudanças positivas no clube onde Midge se apresenta, e uma reunião de sócios acaba aprovando-a, apesar de ter mais mulheres frequentando o local, porque estão lucrando mais também. Porém, isso ainda não impede Midge de dever a Moishe e meio mundo, e Sophie faz uma proposta para que ela tenha uma geladeira de volta, fazer um “aquecimento” com a plateia ao vivo antes do seu programa na TV, para que Susie aceite ser sua agente. Enquanto o mágico de Susie conta algo de sua infância com Orson Welles e ponche (é o quê?); e Joel fica sabendo que Mei está grávida, após aquela vez em que até torcemos por ela e seus vestidos, mas ela acabou não aparecendo na casa dos Maisel e Moishe ficou em dúvida em qual dos três nomes judeus ele deveria acreditar; Abe testa as habilidades de datilógrafa de Imogene e Rose também se pega em uma turbulência, achando que seria um encontro de “mulheres empreendedoras”, é ameaçada na fogueira, vindo a saber que cada região de NY fica a cargo de uma casamenteira diferente e que ela transgrediu regras, não é uma concorrência desejável. Kelly Bishop faz uma das casamenteiras (a eterna Emily de “Gilmore Girls” :). E é claro que acabamos o episódio com o que se torna um embate entre Midge e Sophie, tudo ia bem até que Sophie quer provar que é mais querida, as duas ficam fazendo piadas uma da outra cada vez mais baixas e o título do episódio faz referência a esse “duelo” com um termo do jazz. Perfeita a canção que botam ao fundo: “Why can’t we be friends?”


S04ep07 – Ethan… Esther… Chaim
Abe fica aterrorizado ao ser abordado por casamenteiras na loja em que compra tabaco, e Rose realmente considera desistir desse negócio, mas Midge argumenta que ela estava muito feliz fazendo isso e a não desistir, após Rose ser hipnotizada num show de mágica do novo cliente da Susie, apresentando todo o ato da Midge no clube de stripper e fazendo seus familiares encolherem nos assentos. Todo mundo acha que “matou” Moishe, quando ele tem um ataque cardíaco após beber um gole com Joel, que acabara de contar sobre a namorada chinesa grávida, mas Archie acha que é porque ele perdeu do nada uma maleta de dinheiro do clube e Midge porque ela não está conseguindo pagar o que deve. Ou seja, Midge não pode se dar ao luxo de dispensar trabalhos, quando uma colega stripper revela que seu pai na verdade é senador e ela pode indicar a comediante para um encontro entre mulheres organizado pela Jackie Kennedy – Midge começa bem, só elogios folheando a revista, até que menciona um caso que teve com um homem que conheceu no parque a caminho da escola de Ethan (interpretado pelo querido Milo Ventimiglia), que nos é mostrado no início do episódio com Midge querendo o vestido de volta, após ser pega no flagra pela mulher do cara e ao contar essa parte acabar com a graça da Kennedy… Susie também está querendo mandar Dinah embora, porque as crianças vivem correndo por todo lado, apesar de ela ter criado um sistema de outra linha telefônica com a vizinha da janela, e não é nada discreta pedindo para a moça pegar seu casaco e esvaziando sua mesa, vão jantar num lugar que tem waffles e frango, mas o que Susie descobre é um potencial novo cliente, comediante, faz a proposta a ele de conseguir trabalhos em banheiros melhores e não consegue despedir a secretária – que também consegue o vestido de Midge de volta.


S04ep08 – How do you get to Carnegie Hall?
Enquanto a família se reveza em vigília no quarto de Moishe, com Joel tentando entender livros de medicina de Mei, Midge lhe trazendo um bagel enorme e depois fazendo Mei entender que ela terá um certo papel com as crianças de Midge também, Shirley sendo melhor no mah-jong do que Mei (!), Abe (que não gosta nada de hospitais) vai procurar o cara do Einstein para escrever o obituário para Moishe sem sucesso, tendo que escrevê-lo ele próprio – e quando corre para encontrar o ex-sogro da filha desperto, é a coisa mais emocionante descrevendo o que contém o obituário, inclusive a parte em que Moishe os acolheu em seu lar e cuidou de todos sem pedir nada em troca (óin, lágrima real). Já Midge foi chamada para o clube porque ela fez tantas mudanças por lá que o público que aparece quer é vê-la, inclusive Lenny aparece nos bastidores para fazer as pazes com ela, diz que a indicou para abrir para Tony Bennett, quando chega a polícia fazendo uma batida do lugar que é ilegal. Uma algazarra, todos saem correndo pro que Deus quiser, lá fora há uma forte nevasca e Midge acaba no quarto azul de hotel que o Carnegie Hall preparou especialmente para Bruce. É, já era algo que tínhamos imaginado ser possível de acontecer, eles passam a noite e Midge apenas pede para ele que continue a respeitá-la como comediante. Um detalhe: Midge encontra uma bolsinha de Lenny que sugere o uso de substâncias ilegais, e na vida real Lenny Bruce morreu de overdose mesmo (triste :/). Susie já está ficando pê da vida (e nós também) que Midge fique recusando trabalhos – com’on, é o Tony Bennett, até Lady Gaga ficou honrada –, os capangas Frank e Nicky estão por lá cozinhando e também acham que ela tem que mudar de ideia, logo em seguida indo ajudar Dinah com a segunda linha de telefone, e Midge tenta avisar Susie de que eles devem estar querendo algo dela fazendo todos esses favores, mas Susie não quer saber muito nesse momento. Quando volta para casa, Moishe afirma a Joel que o ataque do coração não teve a ver com o fato de ele estar com uma garota chinesa, mas que ela precisará ser judia até contarem para Shirley, hah; e Abe dá uma caixa para Rose com papeis de carta e envelopes, que servem para ela enviar à “máfia das casamenteiras” um recado: ela não vai parar, e Benedetta apenas conclui que vai haver guerra. Mas o melhor momento (talvez de toda esta temporada) é mesmo ver Lenny se apresentando no Carnegie Hall, aplaudido pela casa cheia, depois dando sermão na Midge, que ele não merece um pedestal por ser preso sempre, que o que ele quer é ter um público para ouvi-lo sem medos, que deveria pensar no que ela queria de objetivo, que ela estava se escondendo, que não importava quantas vezes tivesse que ser demitida, é preciso trabalhar e continuar, que se ela estragasse tudo, partiria seu coração. E saindo em mais uma noite de nevasca (uai, onde estavam guardadas essas botas, naquela bolsinha minúscula?), a névoa faz ela ler “siga em frente” (move forward) no outdoor do show do Gordon Ford.

The Marvelous Mrs. Maisel – season 03

Aqui na terceira temporada continuo adorando ser transportada no tempo para essa outra década, com todo esse visual vintage e canções estilosas de época. Mas, talvez, comecemos a perceber eles forçando um pouco a barra para fazer graça – embora, devemos lembrar que esta série é de drama (quase 1h por episódio, e o final da temporada 1h30!). Contudo, a maior parte do tempo tudo funciona muito bem, com seus diálogos ligeiros e referências que eu desconheço, entre algumas que conheço – e fico muito feliz quando isso acontece :)

Talvez eu possa dizer que o que mais gostei foi do encontro com o Lenny, ou do Abe encontrando um velho amigo, mas a verdade é que quase todos os coadjuvantes são ótimos e dão equilíbrio ao show, dando um respiro muito bom das peripécias da Mrs. Maisel. Neste ponto da série parece que começam a se desenvolver ainda mais – como o personagem da Susie, do Shy, do Abe, com seus próprios conflitos trabalhando para mover a trama, o que, contando com ótimos atores, é fabuloso para uma série. Foi ótimo sair de tour junto com a galera – aliás, uma temporada que eu queria ter visto é quando Lorelai e Rory saem de mochilão pela Europa! Eu sei, eu sei, não tinham tantos recursos para uma empreitada dessas na época, e acho que a intenção era sempre voltar para a vida em Stars Hollow mesmo, mas tenho certeza de que eu teria me divertido muito viajando junto com as garotas.

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S03ep01 – Strike up the band

Olha que belo episódio de estreia de temporada, quantos extras xenti, naquela apresentação pros garotos do exército, e o cenário do galpão até com avião? Susie conta com a ajuda dos amigos na deli para entender um bom valor de contrato, e eu me perguntando por que Midge estava com um laço vermelho do vestido apenas para alguns momentos depois entender a piada – e valeu a pena! Assim como a piada recorrente que todos acham que Susie é homem (Alex Borstein, sempre ótima nesse tipo e já dava pontinha em “Gilmore Girls” também), pra chegar até a ser uma possível candidata à vida militar. Midge é um sucesso, assim como as garotas cantoras de antes e meio que esquece que tinha que apresentar o Shy Baldwin, adorado também. Só que Susie está com problemas, além do Jackie sentar na sua poltrona e usar seu casaco de pele, vai cuidar mesmo da Sophie Lennon? Enquanto isso, Joe e Midge brigam por telefone porque ele sabe que o que tiveram foi coisa de uma noite, e acaba conferindo uma dica de local do pai para abrir seu clube noturno, em Chinatown, que parece barato e bom, até descobrirem uma saleta de jogos clandestinos ligada ao local, e uma figura desbocada e assertiva (Stephanie Hsu! Que agora ficou famosa depois de “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo”). Mas o melhor do episódio pra mim foi o pai da Midge (vivido pelo Tony Shalhoub), após discutir com a esposa sobre quando mudou para um homem com tantos cômodos na casa e uma filha com quarto de vestidos, e após descobrirmos que Lenny mandou flores para Midge e que ela não contou aos pais o que aconteceu com o candidato perfeito a casamento Benjamin, criticando por Midge não ler (e tenho certeza de que a autora gosta de Jack Kerouac!), vai lá conferir a “subversão” de Lenny, acaba preso junto e aponta um erro que a garota da Playboy era de dezembro, pois tinha uma guirlanda (detalhista como o Monk!).


S03ep02 – It’s the sixties, man!
Rose vai visitar os irmãos em Oklahoma, e lá vamos nós para mais um ótimo trabalho de desenho de produção, com a terra dominada pelas torres em busca de óleo, uma mansão que poderia ser do Rhett Butler e os irmãos que só dão risada da queda do marido nas escadas, uma sala de “conselho” com a cadeira e o quadro da avó para ela ainda botar a culpa na Midge por não se contentar em apenas receber mesada! Já o apartamento a ser tomado de volta pela Columbia fica cheio de beatniks amigos de Abe, que aproveitam desse conforto e só me faltava, dar ordens à Zelda! Ora pois! Midge anda muito irritada com o fato de Susie ter aceitado ser agente da Sophie Lennon, o início do episódio dela com raiva no palco foi triste hein, mas numa sessão de ginástica com Imogene sem se deixarem encaixar num grupo específico, percebe que a colega precisa de outros artistas e quer que Susie tenha uma carreira e tudo o mais (as duas na escada brindando e quase cai uma lágrima, ai, essas amizades); o que aparece na conversa numa festa de Shy Baldwin, após Susie perceber que o verdadeiro agente de Shy é Reggie (Sterling K. Brown) e não o outro branco. Isso também depois da sessão no tribunal para acertar o divórcio entre Midge e Joel, com o juiz indagando por que querem se separar, já que Joel apoia Miriam e vai cuidar das crianças enquanto ela sai pela carreira, e Joel vai ter com os proprietários chineses do local que alugou, com a senhorinha empurrando dinheiro para ele não denunciar os jogos ilegais no salão atrás, e rindo da cara dele quando ele diz que vai ter sucesso, tudo sendo traduzido (?) pela Mei – ótima cena.


S03ep03 – Panty Pose
A pose em que aparece a calcinha de Midge à la Marilyn Monroe com a saia esvoaçando é a que usam no cartaz para promover os shows de Shy Baldwin; e a primeira parada é em Las Vegas, bonito ver a cidade nesta época ainda sem os enormes prédios e hotéis; péssimo Susie ter pedido um quarto cheio de ursinhos amarelos e nem tão engraçado o primeiro voo de avião da Susie, melhor com as duas passando pelas mesas do cassino tentando entender os jogos. Nesta primeira apresentação, Midge não vai muito bem com o público jantando e mal prestando atenção, mas Susie a faz falar em outro ambiente e ela reganha a confiança, logo depois descobrindo que Reggie também canta bem, e mais tarde fazendo amizade com a baixista Carole (Lisa Weil, nossa eterna Paris de “Gilmore Girls”, interpretando uma versão da Carole Kaye da vida real), além de agradar a trupe com sua famosa carne brisket e petiscos franceses da mãe. Rose e Abe precisam encarar a decisão da mudança e aceitar irem para um lugar que não é sua primeira escolha… E Joel se aproxima mais de Mei, que o ajuda a não comer só pés e tripas no restaurante chinês ao lado do seu futuro clube.


S03ep04 – Hands!
A gente sabia que esse negócio de Abe e Rose morarem com Moishe acordando às 5 da matina e Shirley cozinhando com TV e rádio ligado não ia dar muito certo… enquanto Midge e Susie continuam em Las Vegas, com Susie participando de um racha (li no IMDB que faz referência à cena de corrida de “American Graffiti”) e finalmente aprendendo a jogatina; quer dizer, dando uma saidinha para ir cuidar da outra cliente, Sophie Lennon, que agora quer ser atriz mais séria, e não é que Susie consegue convencer pessoas importantes na Broadway para esse empreendimento? – inclusive um ator caro, Gavin Hawk (Cary Elwes! De “A princesa prometida”, mais reconhecível no próximo episódio). O diálogo entre os dois é o melhor do episódio: quem é o melhor ator de comédia, e quem é de drama? “Charles Chaplin”. Enquanto Susie estava fora, Joel vem fazer uma visitinha e se empolga com o sucesso de Midge, os dois bebem um montão e fazem o que parece ser de praxe um casal fazer bêbado em Vegas: se casam!


S03ep05 – It’s comedy or cabbage
É deslumbrante a chegada de Midge e Susie ao super hotel Fontainebleau em Miami, com a câmera literalmente dando uma volta e percebendo que elas já estão ficando acostumadas com diversos hotéis, pedindo várias coisas para uma competente recepcionista. Esta série é sempre charmosa, mas os figurinos me chamaram muito a atenção aqui, engraçado o traje de banho de Susie haha e lindo o vestido com o qual Midge sai à noite. Os pais de Miriam não aguentam mais morar na casa de Moishe e Shirley – mas também, forçaram um pouco né, a mulher invadindo o quarto para lavar as roupas – após Zelda não estar vestida de empregada e apostar vendo TV (um episódio que existiu mesmo com Judy Delp em 1960), após Abe não poder ficar conversando com os amigos sobre o jornal e se irritar muito com a falta de ordem, o tamanho atrapalhado e palavras escritas erradas; acabam fazendo surpresa e Midge lhes cede o quarto dela no hotel, agora que ela já fez amizade com a baixista da banda Carol – também meio forçada hein, essa conversa de estrada solitária e vários homens perigosos. Felizmente, uma outra boa surpresa, Midge encontra Lenny Bruce, que está na cidade e a chama para participar de um programa de TV por acaso (e esse pessoal pesquisa mesmo, é baseado num programa apresentado pelo Hugh Hefner, o fundador da Playboy!), depois vão jantar – e sim, estou chata hoje e vi muita forçação de barra o ambiente daquele restaurante, todo coreografado e nos tirando da realidade. Nós quase ficamos em dúvida se Midge vai entrar naquele quarto de hotel Miamíssimo, mas respiramos aliviados por não entrar ;) E eu confesso, só tinha ouvida a versão dos Beatles de “Till there was you”.


S03ep06 – Kind of bleau
Vocês precisam saber que de vez em quando eu sempre cantarolo para minha filhinha quando ela acorda “Good morning, good mooorning, good morning… to Yu, to Yu, to Yu!”. Nada a ver com o episódio, só pra celebrar o início dessa coreografia na água tão legal que deve ter custado – e nem acrescenta à trama, mas eu gostei simplesmente pelo que acabei de contar. Abe e Rose continuam sua visita no hotel de Midge, Rose bebendo muitíssimo para não encarar a filha no palco, e Susie que deveria cuidar dela acaba tomando os drinks antes para Rose não beber! Abe reencontra um velho amigo, Asher (o eterno George Costanza de “Seinfeld”), que já foi um grande autor de teatro, foi comunista e banido da Broadway, hoje vendendo amenidades na praia. Rever uma das peças do Asher traz epifania para Abe escrever um artigo. Aparentemente, Shy tem seus momentos de “diva” e faz a banda e todo o resto do seu pessoal ficar à mercê do seu mau humor, assim uma festa num barco acaba só com ele e Midge em alto mar, e a planta Fred, para pouco antes de uma apresentação Midge o encontrar no mesmo barco escondido, estrupiado, ela descobrindo um outro lado dele… foi boa a atuação do LeRoy McClain tendo que cantar sentado na banqueta fingindo não ter dor. Enquanto isso, Susie consegue um teatro onde Julie Andrews ia se apresentar para “Miss Julie”, com ajuda dos capangas do Harry que agora são seus amigos, e apesar das brigas iniciais, vários telefonemas a deixam a par de como Sophie está endoidecida com o ator que não pode mudar a agenda porque tem um filme de pirata (aha!). Joel confronta Mei sobre como ele conseguiu milagrosamente a licença para vender bebida em seu clube, após, lembremos, ter ganhado uma jukebox e discos chineses e o encanador falar com ela, Joel quer fazer as coisas sozinho desta vez. Só pra registrar, o título do episódio faz referência ao álbum do Miles Davis que eu tinha em CD (“Kind of blue”).


S03ep07 – Marvelous radio
Susie e Midge correm pela cidade para fazer pequenos trabalhos de voz enquanto a turnê de Shy está suspensa, pela “exaustão” do cantor. Além de ganhar como remuneração tampões femininos e calda de panquecas, Midge também pode repensar sua posição como uma figura pública, após saber pelo pai sobre uma das políticas para quem ela faria um trabalho. A família toda se reúne para a circuncisão do bebê de Astrid, contando ótimos pesadelos que teve ligados ao caso, e Abe distribuindo o jornal onde seu artigo foi publicado! A conversa entre Abe e o amigo pelo telefone até que nos faz rir, ótimo timing dos dois para repetir em círculos a mesma coisa. Isso após Abe se despedir do seu papel de professor, visitando a universidade e revendo alguns alunos e corrigindo a conta na lousa, há, enquanto Rose toma um chá e fica sabendo de seu talento para unir casais, ao mesmo tempo em que se arrepende e vai se desculpar com Benjamin, que educadamente afirma que Midge era sim o “estranho” ideal para ele. E começamos a ficar preocupados com Susie, né, com seu novo hábito de apostas, um agiota vem lhe cobrar, precisando de uma parte do Jackie e do carinha que subalugou (!) o apartamento, e do atendente da banca. Já para a grande estreia dramática de Sophie Lennon, tudo acaba em lambança e Susie tem que confrontá-la, após tudo o que passaram, Sophie cedeu aos seus louros como comediante, sem coragem para fazer algo diferente. Susie sabe que Midge será muito maior, porque ela tem a garra para o que precisar.


S03ep08 – A Jewish girl walks into the Apollo…
O clube noturno de Joel finalmente fica pronto! Mesmo após uma briga com o amigo Archie porque ele estava flertando com umas garotas enquanto “pesquisavam” outros clubes e Imogene repreendendo-o, deixando ele dormir na fábrica onde Joel também mora, porque sabe que ele desejou não ser casado e com filhos, e agora é ela mesmo quem começa a ter outras ideias, indo ter aulas para ser secretária (que classe enorme, gentem). E mesmo com o problema das luzes apagando e o movimento clandestino de jogos chineses do lugar – aliás, jogos é um grande problema para Susie, que deve ter apostado em um e até Reggie sente que ela sofreu uma grande perda. Susie teve que correr desesperada para pedir ajuda a Joel, para que ele cuide do dinheiro da Miriam daqui pra frente, ao que ele acha estranho ela não pedir ajuda de outro, mas ela afirma que ele sempre amará Miriam e não deixará nada de ruim acontecer. Essa é a pequena deixa de Midge ao se apresentar rapidamente no palco quando os músicos saem, que Joel é um ótimo pai – no início do episódio relembramos com ela quando planejavam ter filhos e ela o surpreende com a notícia de estar grávida, para comparar uma outra conversa na atualidade com eles discutindo sobre a escola de Ethan. Isso após conhecer Mei, com quem Joel tinha acabado de fazer as pazes e as duas se estranham um pouco, mas é engraçado, claro, “estou fazendo medicina x vou me apresentar no Apollo”. E com essa conversa de Ethan ir estudar no Queens, Midge decide ir conversar com Moishe sobre seu antigo apartamento, que ela quer comprar com seu próprio mérito, e sua garantia é o contrato com Shy que inclui até um especial de Natal. Tem também a Rose percebendo que pode ganhar algo com o seu talento de cupido, e após um surto do Benjamin que briga com a Midge no diner depois de Rose querer apresentá-lo a uma garota alta como ele, Midge sem saber nada e ele achando que ela sentia remorso, Midge vai ter com a mãe, que responde estar tomando providências assim como a filha teve que fazer quando o marido revirou sua vida. Susie já toma outra providência, após a morte da mãe, ela e a irmã botam fogo na casa, para receber dinheiro do seguro e cobrir a parte que ela perdeu e era da Midge… Chegamos então ao show no Apollo, enquanto Susie resolvia esse problema “familiar”, Reggie oferece um monte de comida que as mães locais e casamenteiras deram para Shy, Midge o visita no camarim cheio de flores e fica nervosa com Moms Mabley (famosa comediante estadunidense, interpretada aqui por Wanda Sykes!) sendo adorada e seu agente reclamando que Midge tomou seu lugar na programação, a judia não sabe se o público vai gostar de suas piadas, Reggie aconselha a falar de Shy, que todos no Harlem amam, e como já temíamos, apesar de ser uma ótima apresentação, sem vergonha alheia, Midge acaba falando demais… Sai com dois táxis cheios de malas e despedindo-se de Esther ensinando-a a falar “dry martini”, encontra Susie no aeroporto e as duas recebem a péssima notícia de que não vão mais continuar no tour com Shy, pois Midge o conhece até bem demais – mas a piada dos sapatinhos de Judy Garland, “não há lugar como o Harlem” foi ótima, vai. As duas observam o avião decolar e não sei por que essa cena me lembrou o final de “Casablanca” (talvez os chapéus?), como será que vão se virar agora, hein?

Modern Family – season 2

Vamos lá desovar este post que eu tinha começado no ano passado e só recentemente resolvi retomar e terminar esta temporada de uma das séries de comédia mais elogiadas e amadas por aí. Não por acaso, traz algumas situações realmente “modernas” e engraçadas; com vários personagens divertidos, talvez por isso tenha conseguido se manter tão longeva, mesmo bebendo da mesma “fórmula” de “The office”, que marcou o início dos anos 2000 com o estilo de falso documentário e depoimentos dos participantes como num reality. Vamos ver se este ano continuo a série até o final!

***

S2e01 – A velha carroça

Phil e Claire decidem vender a caranga da casa, mas ao limpá-la redescobrem lembranças queridas, decidem fazer um último passeio em família e… que desastre comédia pastelão! “Qual é o plano, Phil?” Gloria se sente “ameaçada” com uma garota que Manny gosta e sugere tomar achocolatado com sal (!?). Cam teme pelos riscos de Mitchell achar que manja de construção, contando com a ajuda de Jay para levantarem um castelinho rosa no jardim para Lily – e o rostinho de Mitch na janela como Rapunzel?

S2e02 – O beijo

Sim, Claire, eu também já enfrentei esse problema dos tupperware sem sua correspondente tampa! Gloria insiste que sua falecida avó está por perto e quer cozinhar algo tradicional (cuchullo!?), enquanto Manny e Luke fogem do espírito, Phil tenta consertar a impressora para Jay. Cam sofre com a falta de carinho público de Mitchell, que finalmente ganha um beijo do pai. Alex gosta de um garoto e acaba se declarando na frente do time todo dele.

S2e03 – O terremoto

Após um terremoto, Gloria continua a questionar a fé de Jay, e Manny vai jogar golfe com ele por gostar da ideia de Deus estar na natureza (ei, eu também!), saindo a questionar vários detalhes do céu e do inferno, e… borboletas! Claire fica presa no banheiro com o encanador, enquanto Phil conserta o armário antes de Claire perceber essa outra coisa que ele adiou e não fez. Mitch e Cam tentam usar como desculpa para não ir ao brunch de um amigo, Pepper (Nathan Lane!), até quebrando coisas na casa e Pepper sair acreditando que Cam sente algo por ele ainda.

S2e04 – Pacto familiar

Os irmãos decidem se ajudar: Claire precisa dizer para Cam que seu shorts de bicicleta é indecente; Mitch tem que ser honesto com Phil que ele não é engraçado – mas acaba não tendo coragem. Hailey tenta ajudar Alex a se enturmar com uma garota popular evitando o desespero por telefone. Jay erra a festa de um funcionário, pensando ser de debutante, é de um noivado. No final, apesar de Claire esconder as notas de Phil, ele se dá muito bem conduzido a apresentação com bom humor e ela sabe que é um trabalho integral proteger sua família, inclusive de quebrar a cara.

S2e05 – Desplugados

Gloria tem um problema com o cachorro do vizinho, Jay e Manny tem medo do que ela pode fazer além de matar ratos com muita facilidade. Cam e Mitch buscam uma escolinha para Lily e descobrem que são requisitados por representarem a diversidade; quase conseguem a melhor, até Cam se embolar numa representação indígena. O desafio para os Dunphy é se manter longe dos eletrônicos, um por um vão cedendo, Hailey quer muito um carro e engana o pai com um sabonete pintado de preto.

S2e06 – Halloween

A casa dos Dunphy se transforma para o Halloween, após um dia em que Mitch quase consegue não passar vergonha no escritório, mas desce pelas paredes de Homem-Aranha; Hailey experimenta várias fantasias sexy, inclusive de Madre Teresa!; Gloria fala inglês corretamente chateada com as piadas do seu sotaque (e a explosão descrita por Jay no final? :); Phil se preocupa com o vizinho que se divorciou; Cam precisa contar como ficou traumatizado com esse feriado; mas Claire só tem o Halloween e o pessoal acaba fazendo o teatro dos horrores.

S2e07 – Bipe

Claire fica gripada e Hailey também pega, vendo novela ela entende mal que a mãe não queira mais o pai e vai trocá-lo por um entregador de pizza; Luke se veste de astronauta e Phil quase enlouquece com as provocações de um alarme. Cam insiste em levar Lily para estrelar uma propaganda, até se rebelar contra o estereótipo de Godzilla. Manny não quer que Jay despeça o funcionário, mas percebe que ele pensou no garoto e ajuda Jay a “lembrar” a data especial para Gloria.

S2e08 – O aniversário de Manny

A camiseta do Phil e o motorista de táxi negro! Phil e Claire competem indo em carros separados, Luke não escolheu por ser mais divertido, mas porque Phil precisa mais dele; as meninas choram junto com Phil. No shopping, Cam e Mitch acabam ajudando uns velhinhos adúlteros, e Mitch trai Cam entrando no flashmob. Manny tenta recuperar sua infância perdida misturando refrigerante e experimentando uma boia de piscina, enquanto Jay tenta enganar Gloria sobre a chave; no restaurante Manny finalmente percebe que ainda tem muito tempo pra ser infantil!

S2e09 – Mão boba

Gloria não quer admitir que Jay tenha algo sério, ele pede ajuda a Manny vendo sintomas na internet, e vai parar no hospital com apendicite. Hailey fica com o instrutor particular e acaba terminando com Dylan, mas Phil quer dar apoio, saem pra comprar guitarra e tomar sorvete, Phil em seu moletom alaranjado. Mitch não sabe como dizer a Cam que sua mãe passa dos limites da apalpação.

S2e10 – Uma glória de baile

Primeiro baile dos meninos e Jay e Phil os levam para comprar a gravata de uma cor bem específica para Manny e Luke; Jay percebe que o cara que roubou a vaga na real sofria e Phil ataca um amostrador de perfume. Claire e Gloria, enquanto isso, competem na organização da festa e Gloria se sai bem em tudo, até com o zelador índio latino (?). No parquinho, Cam e Mitch descobrem que Lily anda mordendo.

S2e11 – Diminua seus vizinhos

Cam e Mitch fazem amizade com um rapaz que aplica reiki (James Marsden!) e descobrem depois estar morando no castelinho rosa da Lily. Phil fica encarregado de vender a casa justamente da mulher que dirige a milhão pela vizinhança e Claire está querendo encurralar – a cara dela quando percebe em que carro está! Jay consegue ensinar Manny a andar de bicicleta, já Glória precisa da arma de água do Luke.

S2e12 – Nossos filhos, nós mesmos

Após demorarem para entender o insulto de Alex, e encontrar por acaso os pais de outro menino inteligente da classe dela, Claire acaba dormindo numa sessão de filme conceituado enquanto Phil se diverte numa sequência 3D. Um casal conhecido de Gloria e Jay é levado a acreditar que ele está com problemas de memória e idade. Mitch supõe que vê a ex-namorada com um menino que podia ser filho dele.

S2e13 – Um de carne e um de frango

Oh no, as crianças pegam Phil e Claire no “oba-oba” e eles não sabem como lidar com a situação. Gloria envia um e-mail rude sem querer só para confundir ainda mais – e se eu fosse roteirista também ia gostar de criar esses diálogos de duplo sentido. Mitch e Cam visitam a dona de uma rede de restaurantes e tentam impressioná-la para conseguirem uma reserva, mas falas desesperadas de suco de morango no tapete da Diane Keaton (ou Angelica Houston?) os levam a aceitar o shawarma local.

S2e14 – Dia dos namorados

Depois do perigoso fiasco do ano anterior, Claire e Phil pretendem comemorar o Dia dos Namorados de modo mais tranquilo, mas no jantar percebem que estão cercados de velhinhos e Claire tenta reviver Clive Bixby, apenas para outro desastre no hotel com Phil indo parar no quarto de hotel errado! No mesmo restaurante Jay acha que vai enganar Gloria dizendo que esqueceu a reserva, mas tinha um casal no sobrenome dele; achávamos que era Claire que tinha saído, mas é do Cam e Mitchell, cada um pensando que o assistente está a fim de si. Enquanto Alex vai ver uma comédia romântica, Manny tenta convencer Hailey que ela pode lidar melhor com o namorado que deu bolo nela, apenas para ela se derreter com uma serenata de Dylan. E não é que Glória é quem acaba fazendo surpresa para Jay, se vangloriando “eu ganhei!”

S2e15 – Festa da princesinha

Vai ter festinha de aniversário da Lily e Cam só quer aproveitar para encarnar o palhaço Fizbo. A mãe de Claire convida um ex-namorado dela para jantar (Matt Dilon!), expondo alguns podres de Claire para as filhas e depois ficando com esse motorista de limusine. Gloria compra um livro em que podem gravar a voz deles contando a história e cogita não ir à festa por causa de Dede, mas para a tristeza de Jay vão, após xanax com tequila. A princesa contratada por Mitchell (Christen Cheneweth!) sabe cantar, mas é testada por Cam – “não saia do personagem!” E Dede acaba descontando a vergonha em Glória, claro!

S2e16 – Tapas e beijos

Phil não faz ideia de por que Claire está brava com ele – e o pior é que, contando sobre a noite anterior para Glória (enquanto ela corta seu cabelo, temerosamente empunhando uma tesoura!), há vários motivos possíveis. Acontece que, ao final, é porque Claire acha que Phil nunca a ouve. E o mesmo acontece com Mitch e Cam, sendo que Mitchell esqueceu de enviar os convites para um recital organizado por Cam e depois ele tem que correr atrás de convidados… Já Jay não aguenta mais ouvir Glória cantando no karaoke de presente que ele deu, e é hilário o surto de Manny o chamando de covarde! Enquanto isso, Alex tenta provar para os pais que Hailey só estava fingindo, nem estava trabalhando naquele restaurante familiar.

S2e17 – Macacos e 1 panda

Phil não quer perder o cupom que ganharam para um spa, e como Claire está muito ocupada – entre suas tarefas, conseguir uma blusa igual a que Hailey foi forçada a emprestar para Alex e rasgou – recebendo intel das colegas de spa sobre como responder às queixas da mulher. Já Gloria e Jay visitam uma sepultura, com ele ficando chateado ao imaginar que após morrer ela vai se dar muito bem; Manny como o bartender explicando que sempre existiram vários caras atrás da mãe está ótimo! E Mitch e Cam discutem porque Mitchell registrou o sobrenome errado, no final fazem as pazes com Mitchell contribuindo para criar a história infantil dos 2 macacos que adotaram um panda – descobrindo que existem de fato muitos livros infantis disponíveis!

S2e18 – O encontro (Boy’s night)

Luke faz amizade com vizinho velhinho e doente de quem os pais tem medo – por que isso me lembra “Dennis, o pimentinha”? Bem, Phil e Claire lembram de “Up”, “Gran Torino” e “True Grit” haha. Embora Jay diga a Manny que ele precisa experimentar coisas diferentes, o próprio não aguenta ficar para um concerto que Gloria quer ver, e sem querer acaba participando do encontro de Mitch e Cam com seus amigos gays. Para um Mitch cujo maior flagra do pai foi pegá-lo dançando Madonna, até que a bebida faz ele ser bem agradável e divertido no grupo, até quando admite sua paixonite por Rob Lowe. Mais engraçado é Gloria se vingando fazendo o marido sair em uma viagem de carro com um dos amigos, Pepper, e Cam sabendo bem que Hailey só queria pegar os sapatos que Dylan esqueceu lá nessa noite que ela cuidou da Lily.

S2e19 – The musical man

Cam fica responsável pelo musical da escola de Luke e Manny, mas leva tudo longe demais com sua viagem pelo mundo. Conhecemos o irmão de Jay, Donnie, e diante da indignação da relação “violenta” dos dois, Jay acaba sabendo que Donnie está com câncer. Mas o melhor do episódio foi mesmo a besteira de Phill, que mandou colocar uma propaganda na minivan da família, fazendo Claire e Hailey receberem muitas ligações e buzinadas o dia todo…

S2e20 – Someone to watch over Lily

Procurando por responsáveis que possam ficar com Lily caso aconteça algo com eles, Cam acaba com a lombar dolorida, mas Manny explica a conversa de Jay sempre ter acreditado nele e que vai ao acampamento. Claire está preocupada com o comportamento de Luke, Phill e ela brigam após ela admitir que tem medo de o filho ficar igual ao pai, e esquecem Luke no estacionamento! Enquanto isso, Alex e Hailey se aproximam com Alex faltando na aula de violoncelo e percebendo que pode ser menos perfeita, ajudando também Hailey, e as duas vão presas por vandalizar a escola. Mas que gracinha a Lily vestida de Carmen Miranda!

S2e21 – Mother’s day
Cam fica chateado que todos acham que ele é a “mamãe” da família (óin, Lily com balões! Também quero!), inclusive no piquenique dos pais da creche no parque, mas ver ele correndo para amparar um garoto com as mãos abanando é o que há. Gloria e Claire planejaram um dia de caminhada, mas os filhos só ficam reclamando e, ao menor desabafo de que não curte a poesia do Manny, ela precisa quase implorar e joga Claire na fogueira pra fazer as pazes. Enquanto isso, Phil e Jay preparam juntos um jantar para as mães e uma “receita” escrita pelo garoto Jay o faz relembrar da própria mãe e gera boas risadas com Jay usando os óculos contra cebolas do Phil e outras vezes na noite. E quem nunca acordou a galera com um flash, né Phil?


S2e22 – Good cop, bad dog
Cam fica (beeem) doente, mas o casal tinha um show da Lady Gaga que Mitch quer muito ir, é demais quando ele acha que Cam tomou muito xarope e caiu no sono e sai fazendo uma coreografia da Gaga. Claire e Phil trocam de lugar, porque ela não aguenta mais ser a chata mandona, quer ser “legal” e leva Luke e Manny para correr de kart empurrando os dois e fazendo Luke passar mal; já Phil vira um disciplinador implacável com as meninas para elas limparem o banheiro delas e todo o mais. Gloria tem mania de querer ajudar os outros e traz um tal de Guillermo (Lin-Manuel Miranda!) para apresentar um negócio para Jay, sobre petisco para um “bom garoto” e também para quando o cachorro faz algo errado; Jay é bem honesto, mas Gloria tem dó da Stella, cadelinha do Guillermo que seria doada, e… Jay também não resiste à carinha dela.


S2e23 – See you next fall
Os títulos em inglês muitas vezes tem uma gracinha que envolve o episódio, neste Mitch não consegue se aguentar e dá risada de alguns acidentes de Cam – primeiro caindo na piscina da Lily, depois trombando na porta de vidro e então de novo na porta externa (impossível não dar risada com essa terceira vez, principalmente pela posição da câmera que engana nosso próprio olho, genial). Alex vai fazer um discurso para sua turma de formatura e a turma toda fica presa na garagem de Jay após todos acabarem sabendo do botox; Claire e Phil tem uma recaída como pais, com a sensação de estarem “perdendo” sua garotinha e não podem perder o discurso, pegando carona e rolando morro abaixo às risadas de Cam explicando esse lance de comédia. Ao final, Haley convenceu mesmo a irmã a não ser estraga-prazeres e fazer um discurso mais leve com partes de canções.


S2e24 – The one that got away
Acho que qualquer pai de criança pequena em algum momento fica como Cam, precisando de um tempo sem a criança, haha! Mas o título do episódio faz alusão ao peixe que escapou, assim como Jay acaba não conseguindo seu dia tranquilo de pescaria no aniversário, tendo que salvar Claire e Mitch vestidos como quando eram crianças, que beberam o vinho que era presente e estavam presos na casa da infância com um cachorro que nunca tiveram; tendo que buscar o bolo que Cam não conseguiu porque na fila estava dando conselho amoroso para o Manny impressionar uma garota com baseball, ao final fazendo Cam apreciar que poderia ter um momento de “pai”; ganhando de presente um telefone sexy (e não saxofone ha); meio bolo comido e derrubado por Stella, um barco na piscina com Manny, um vídeo editado por Luke… Mas o vídeo foi realmente mostrando alguns momentos que ocorreram no último ano da família. Além disso, o arqui-inimigo de Phil que não consegue fazer o truque de mágica nem da moeda, faz ele perceber num passeio no shopping tentando se vangloriar (tinha que usar este verbo!) que Claire é o peixe que ele não poderia deixar escapar – pela primeira vez ele não grita “peguei a Glória!”.

The marvelous Mrs. Maisel – season 02

Continuando a maratona desta série feminista e bem falante, e outro dia eu fui comer num lugar aqui que tinha pastrami – será influência de vê-las naquele diner de NY? Uma coisa que acho também é que os filhos de Midge aparecem pouco, como ela conseguia cuidar deles e ter 2 carreiras, o cabelo e as unhas e o visual impecável, tá loko meu! Quer dizer, na verdade, pensando que ela é rica e os avós estão sempre a postos para cuidar das crianças (ou Zelda, ou babás), até que dá pra entender. Eu é que não tenho cozinheira, nem diarista, faço esses papeis e mais cuidar de uma serelepe que não para quieta, mais pensar no lanchinho da escola e em agendar consultas, mais fazer algumas traduções e trabalhar o lado espiritual; é, eu é que tenho que sentir dificuldades em me organizar para um novo curso e (finalmente) buscar a carreira que eu sempre quis, e em como/quando fazer vídeos legais para o YouTube também. Mas vamu que vamu, nos maravilhar com esta senhora Maisel.

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S02ep01 – Simone

Abe descobre que a esposa fugiu para Paris, sem ele ter notado, e arrasta Midge com ele, achando que a filha fala francês. Aliás, que doideira a “apresentação” de Midge num clube noturno com interpretação simultânea em francês! E uma inusitada piscadela dessa tradutora entregando um cartão do psiquiatra que estava atendendo Sylvia Plath! (famosa escritora, que se suicidou com seu forno, pelo jeito ele realmente fez “maravilhas”). É divertido a senhorinha brigando em francês sem eles entenderem nada, o encontro com uma Mama toda afrancesada (ai, que vontade a minha de fugir também!) junto de sua nova companheira, cadelinha Simone e, como sempre, a produção de arte fica de parabéns fazendo a gente se sentir na Paris desta época do final dos anos 50, com os ótimos figurinos e ambientações. Neste episódio também acompanhamos Susie sendo ameaçada pelo Harry (na temporada anterior ele disse que acabaria com ela por detratar sua melhor cliente), mas no “rapto” após controvérsia se ela é mulher ou homem, descobre que os capangas são do mesmo lugar de onde ela veio, janta moussaka feita por uma esposa siciliana e deixam ela ir. Também vemos que Joel anda só na bebedeira, após aquele pedido de demissão no final da primeira temporada; e junto com Midge relembramos de como acabou a temporada anterior, com o coração partido dela ligando para o (novamente) ex-marido.

S02ep02 – Mid-way to Mid-town
Engraçado como Susie e Midge discutem a ascensão na carreira conforme a “subida” das ruas de Nova York, e bem divertido é o início com Susie usufruindo da vida opulenta do Upper West Side. Susie e suas conexões também são bem engraçadas, na forma como conversa com um amigo no Deli e o Harry, que supostamente a está ameaçando. Midge consegue um trabalho pago, mas tem que aturar vários caras passando na sua frente para se apresentar e sabíamos que ela não ia aguentar, ia comer e beber e não ia se manter “fresh”, mas que ótima virada quando ela acaba detonando os outros humoristas que só estavam ali esperando ela se dar mal. Apesar de acharmos lindos o casal pais de Miriam em Paris (ai que saudades do Museu Rodin, de comprar baguete pra comer numa praça), Abe sabe muito bem que aquilo não é uma nova vida, é como umas férias. Bom paralelo de narrativa e montagem com os dois casais visitando apartamento, e Midge ficando super brava com Joel – claro, as coisas mudaram, ela já não vai deixar que alguém determine sua vida.

S02ep03 – The punishment room
Midge não se aguenta e quer ajudar a amiga Mary a ter um belo dia de casamento, e consegue que o padre mude do “quarto de castigo” para o da janela, mas se empolga com o hábito de piadas sujas dos clubes noturnos e estraga tudo – como é bom a gente ver que nossos protagonistas tão “perfeitos” também erram! Aliás, acho que nesta temporada passamos a gostar mais do Joel, pelas suas ações: não quer que Miriam deixe de se apresentar embora não queira estar junto sabendo que ele é a piada, quer ajudar o caos da fábrica dos pais e quase enlouquece procurando tesouros e arranjando um empréstimo no banco. E a mãe dele na cara do atendente falando de uma mala de propina? hahaha Já Rose e Abe voltaram (coitada da Susie, mesmo ela se dando bem com a família italiana que tem um garotinho que se faz de TV), mas Abe providenciou que a esposa voltasse a ter aulas, e como esta série não é nada menos que feminista, ela indaga para as colegas de classe sobre suas reais intenções de estudo – nessa época devem querer um marido, porque nenhuma artista mulher sobrevive! Tapa na cara da sociedade.

S02ep4 – We’re going to Catskills!
Que pitoresco, aparentemente a elite de Nova York vai todos os verões em um resort para relaxar, cada família com seu chalé à beira do lago, com muito suco de tomate para Abe, salão para as senhoras fofocarem, diversas atividades para passar o tempo, como o concurso de trajes de banho do qual Midge ganhou por anos seguidos, mas desta vez foi dispensada pelo atual status de separada… o que faz a mãe ficar de olhos (ou ouvidos) abertos para um possível novo match para a filha, tanto blablazando que a filha acaba armando um “encontro” num barco a remo com Benjamin (Zachary Levi! Nosso sempre querido Chuck). Que trabalho de desenho de produção, a começar pela locação, muitas cenas filmadas em um resort real – embora o nome do resort aqui seja Steiner, mesmo nome do estúdio no Brooklyn onde filmam a série ^^; todo o figurino e referência à Mimi Van Doren, e até que é engraçado Susie entrar à paisana como funcionária carregando um desentupidor por aí (por que é que Mário me vem à mente?).

S02ep05 – Midnight at the Concord
Moishe e Shirley, pais de Joel, também chegam para acabar com a paz de Abe – e até sabem do macacãozinho tão bem apresentado a Joel. Midge tem a chance de sair da posição de telefonista para voltar a atender no balcão de maquiagem da loja B. Altman, mas precisa a retornar à cidade para isso, conseguindo carona com o médico Benjamin que havia sido bem chato com ela no barco, e se esquecendo de avisar Susie… no caminho, o canal de rádio de notícias dá uma travada e Midge assume com notícias engraçadas, “e fazem dormir assim como o ópio” hah! Benjamin acaba chamando Midge para ver uma peça na Broadway (que pesquisa de roteirista, hein, essa peça realmente passou e com aquele visual mesmo do teatro fora), e Susie a chama de volta porque finalmente conseguiu uma apresentação no Concord. Midge volta com o irmão e a esposa dele, que está cheirando mal por um creme chinês para engravidar, o salão é muito maior do que estão acostumadas, e pra ajudar… o pai de Midge tinha fugido da festa polinésia e assiste a todo o ato dela – que ótima atuação da Rachel Brosnahan, que traduz bem o nervosismo, o pânico por ter visto o pai na plateia, mas solta suas piadas num timing que faz sentido todo o público dar risada.

S02ep06 – Let’s face the music and dance
Coitado do Abe que anda tendo muitas surpresas com os filhos, além de pedir para Miriam não contar nada a ninguém até que ele decida que é hora; fica feliz com a aprovação do seu projeto (início de inteligência artificial!?), apenas para depois se surpreender que o filho tem um emprego secreto junto ao governo e sua hierarquia de segurança é pior do que a dos faxineiros da universidade. Coitada também daquela esposa do Noah, Astrid, única jejuando por sei lá o quê. Já é bem divertido ver que Susie se tornou uma pessoa querida do resort, e dançando com a apresentação final dos funcionários ainda perseguida pelo carinha que também a “sacou” e “trabalha” ali… Apresentação que conta até com menção do Brasil (xenti, que canção é essa, “The coffee song” do Sinatra?) e já estávamos esperando algo musical, já que na recepção teve aquele desafio da nota pelo guarda-costas sempre peladão. Na coreografia do salão, Joel e Midge dançam, mas chega a hora de separarem, cada um com um par diferente.

S02ep07 – Look, she made a hat!
Ah, eu adorei esse personagem inesperado do artista boêmio (Rufus Sewell) que não quer vender seus quadros, mas após Midge contar como ela escolheu um pequenino para comprar numa salinha solitária que veio com um chapéu, mostra a ela sua grande obra, que dizem ter sido elogiada por Pollock, obra da vida – “esquece da família, do senso de lar, para olhar o que existe”, é meio triste, mas se quiser ser grande tem que abdicar de algumas coisas… Sim, Midge continua saindo com Benjamin, que gosta de arte e tem algumas obras compradas, e a leva nesse bar Cedar em que o tal artista sobe no balcão recitando poetas diversos, e na vida real era frequentado por escritores como Jack Kerouac, artistas e a ativista que existiu na vida real. Aliás, saindo da galeria uma brincadeira com Yoko Ono (que fez uma instalação com escada que chamou a atenção do John Lennon :) Joel também já vinha recebendo “incentivo” da família por estar solteiro, mas nos surpreendermos ao vê-lo meio mulherengo, numa festa celebrando a compra do prédio da fábrica da família, porém a secretária sabe que são só muitos casinhos, e o amigo que vai ter o terceiro filho também. Susie vai pedir ajuda à família, conhecemos os dois estúpidos irmãos e a irmã casada com outro idiota, quer vender um terreno para conseguir grana para seguir com a carreira de agente, acaba conseguindo o carro que era da mãe. Finalmente, apesar de conseguirem o rabino para jantar desta vez, em mais um Yom Kippur tumultuado, Midge conta a todos que está buscando a carreira de comediante stand-up, com a Zelda louca pra trazer a comida, todos famintos por causa do jejum, menos o filho de 4 anos que já estava no chocolate, a mãe indagando sobre a agente ser encanadora, o pai também amuado com o filho ser da CIA e Astrid anuncia que está grávida (esperava o momento certo para contar!).

S02ep08 – Someday…
Midge sai em um tour de apresentações com Susie, mas as condições são mais difíceis do que tinham imaginado: o carro antigo da mãe de Susie precisa de uma placa falsa e que Midge levante o bumbum para dar ignição (é o quê!?), até que no início parece bom embora Midge não saiba que nos hotéis à beira de estrada não tem ninguém para carregar suas malas (“motel”), mas depois encaram uma casa praticamente vazia de público; um quarto em que Midge não tem coragem de se deitar na cama, com dente na gaveta e Susie acorda com alergia; chuva inesperada e show cancelado; até que finalmente voltam para Nova York num estado deplorável depois de um trânsito no túnel infindável e o carinha do bar não quer pagá-las, fazendo Midge ligar para Joel fazer seu papel de macho para tirar Susie da salinha dos faxineiros. No meio da viagem, Midge ainda encara o fato de ter se esquecido do chá de bebê da amiga Imogene, fazendo o pai Abe que contava sobre um episódio de uma nova série de TV (Twilight Zone!) para os outros homens da festa na cozinha adicionar o “autofalante”, e quando Midge chega em casa tem a bagunça da festa para arrumar. Esse é um episódio que não é dirigido por um dos Palladino, mas Jamie Babbit é uma colaboradora recorrente.

S02ep09 – Vote for Kennedy, vote for Kennedy
Abe parece que anda insatisfeito e se sentindo na pasmaceira, em seu projeto da Bell Labs parece que não faz nada, sua turma da faculdade diminuiu e o melhor aluno pediu transferência, ele surtando que todos podem ir embora. Já Joel só trabalha, a ponto de o pai lhe oferecer “pagar” por todas as coisas que ele veio devendo na vida de Joel (inclusive a grande festa de Bar Mitzvah após a qual contaram envelopes e dinheiro que deveria ter guardado, mas precisou comprar equipamentos para a fábrica), mesmo assim Joel não parece saber exatamente o que quer, pois os filhos continuam ali. Numa dinâmica divertida de Susie passando nas diversas mesas do diner, Susie consegue que Midge seja incluída num teleton para reumatismo e artrite, que a princípio os pais elogiavam até saber que Miriam vai se apresentar. E mais coisa vai dar errada, um dos capangas que raptaram Susie agora trabalha para Sophie Lennon, que também vai se apresentar nesta noite com destaque, e Midge acaba não aparecendo atendendo telefones, com horário alterado para o final do programa; e Susie vai lá ficar na frente do arzinho e brigar com a dona. Apesar de tudo, Midge se sai muito bem para finalizar o Teleton na madrugada, mesmo após já terem lançado confetes, passando pelos telefones com piadas e conhecendo no banheiro um famoso cantor que a mãe adora, Shy Baldwin. Todo o cenário de um estúdio desse tipo de programa na TV da época está perfeito, com a sala de controle todas as vezes irritadamente banindo as garotas, até a apresentação de Midge, embora incluindo uma piada política que não deveria existir (Kennedy!), a garota ganha destaque para eles, para os pais, Joel e um mundaréu.

S02ep10 – All alone
E não é que desta vez a “adivinha” Madame Cosma (Katrina Lenk, que fez musical na Broadway com o ator que faz o pai Abe), que parece ainda mais picareta que a outra com quem Rose se consultava, acerta em cheio? Embora Rose vá tirando conclusões precipitadas, o vestido é preto de coquetel e não de casamento… Começamos o episódio com Midge relembrando do impulsivo e apaixonante pedido de casamento de Joel, como ficou no meio da rua e dançaram juntos (pareceu até um sonho cor de rosa?), enquanto Benjamin tenta impressionar Abe, que fica de dar uma resposta; e a mãe afirma que um segundo casamento pede uma recepção menor e um vestido champanhe – “cor branca que ficou triste”, hah! Joel e o amigo Archie batem bolas num campo com bastão de baseball para afogar mágoas, Archie com as agruras de mais um filho na casa e na conta; Joel, após descobrir pelo filho que a mãe tem um “amigo”, concluindo que talvez nunca fosse o lance da comédia e sim a cena noturna, que deveria abrir um clube. Após uma apresentação em que Midge é empurrada para fora do palco porque ia comentar da amiga que acabou de ter um bebê – Imogene, e xenti, colocavam os bebês em gavetas daquele jeito mesmo? – ela encontra Lenny Bruce (Luke Kirby, ótimo e com mais destaque neste episódio) que também precisa de uma bebida para aliviar seu estado miserável de achar que não vai conseguir mais se apresentar e se tudo realmente vale a pena, mesmos sentimentos. Eis que Midge recebe uma ligação do Shy Baldwin a convidando para abrir seu show em um tour, e euforicamente ela aceita, meio que esquecendo de todo o resto, até seu pai a lembrar, quando vai anunciar que ela pode se casar com Benjamin. O próprio pai também quer dar um basta e uma guinada, avisa Rose sobre querer deixar Columbia, mas e o apartamento?; após os rumores que ouviu do filho sobre acabarem com o projeto na Bell Labs, ele vai esclarecer sobre a piada da filha e acaba até ameaçando os caras do governo; vai precisar de um advogado – e não é que Kessler volta em cena? Já Susie está pronta para se desculpar com Sophie Lennon, quando vai para a mansão da famosa comediante, não é que esta admirou como a agente defendeu sua cliente? Susie ganha um casaco de pele também! Para finalizar, Midge vai apoiar Lenny nos bastidores de sua apresentação com Steve Allen (um episódio que realmente aconteceu, em 05 de abril de 1959 e dizem estar disponível online para quem quiser ver!); percebendo toda a narrativa que Lenny contava tinha a ver com sua própria vida, sobre uma separação e cada um levando a vida de um modo, que ela fez a escolha da carreira e não de dona de casa com três filhos antes dos 30, e terá que aceitar a possibilidade de ficar sozinha como o cara da apresentação do Lenny, que conseguiu fama e dinheiro, mas acabou só. Só por uma noite, porém, Midge quer ficar com alguém que a ame – e não é Benjamin, é Joel quem ela procura…

The Marvelous Mrs. Maisel – season 01

Posso dizer a vocês que, apesar de tanta coisa nova por aí, de vez em quando me dá uma vontadezinha de rever “Gilmore Girls”? E não é que acabei deixando passar anos sem ver essa mais recente série da mesma autora, Amy Sherman-Palladino (que adora chapéus! Não à toa tem fala da protagonista impressionada com chapéus), super premiada, elogiada, facinha de assistir e até com ponta do Milo Ventimiglia (o nosso eterno bad boy Jesse, não importa quantas “This is us” ele faça). Pois é, a série chegou em sua temporada final este ano, dizem que tem aquelas ótimas tiradas e diálogos afiados de praxe, então por que não encará-la agora, que estou em processo de me recuperar de mais um período doente? Vamos ver se esta maratona realmente vinga. Comecei vendo a segunda temporada, mas cheguei no meio e voltei para rever toda a primeira, que eu tinha visto anos atrás e já nem lembrava de tanta coisa… foi ótimo, muito esclarecedor ehe. Uma coisa que eu devo acrescentar é que na época não tinha prestado tanta atenção na trilha sonora, as canções dialogam muito bem com o enredo de cada episódio e seus momentos, não vou logo pro próximo episódio, fico cantando junto “rebel, rebel”, ou “trouble, trouble” (que na verdade era uma apresentação na Broadway), “temporary, temporary”… Aliás, é ótimo que o Primevideo tenha esse recurso do “raio-X”, a gente só dá uma pausa e dá pra ver qual canção está ali tocando no fundo. Ainda tenho que fazer um post comparando streamings e seus layouts, o que acham?

Então vamos lá, desde a primeira temporada.


S01ep01 – Piloto
Uma das coisas maravilhosas do audiovisual pra mim é ser transportada para outra época e vidas que eu nunca tinha pensado em visitar, mas acabam por ser muito interessantes. Mesmo com o “boom” no Brasil dos comediantes de stand up (para mera euzinha achava que isso era coisa recente, de umas décadas pra cá), nunca me interessei muito por essas apresentações, e imagina ainda conhecer como seria para uma mulher tentar uma carreira nesse meio, e há meio século, numa Nova York pra lá de charmosa, com possibilidades de nomes muito interessantes de artistas efervescendo por lá? Uma viagem e tanto. E, no entanto, que ganhou os corações de milhares de pessoas no mundo, eu diria, em grande parte, ao gênio criativo dos autores.
Num piloto imagino que seja preciso capturar o público, instigar com possibilidades de enredos e desenvolvimentos e o povo aqui trabalhou muito bem. Miriam Maisel é uma garota judia que começa com seu próprio discurso no próprio casamento, o que daria o tom para a série inteira, um pouco de graça, muito da sua vida pessoal e alguma informação bombástica causando o caos no seio familiar. Assim somos apresentados à nossa protagonista, sabendo que ela sempre foi muito determinada, planejadora, e bem sucedida, e que desde antes de casar já tivera contato com o mundo da comédia stand up – vendo Lenny Bruce, que virá a ser bem importante mais pra frente.
Quatro anos depois, Midge é uma dona de casa com dois filhos, cuida das medidas (hilário depois ela medindo a testa da filha bebê!) e é vaidosa o suficiente para fazer aquele truque das mulheres no cinema (enquanto o marido dorme passar creme e todas as firulas para acordar antes e surpreendê-lo linda e cheirosa) – eu digo no cinema porque honestamente eu nunca faria isso por nenhum homem. Ela apoia o marido que quer fazer stand-up também, apesar de descobrir que seu ato foi copiado de Bob Newhart, após subornar o dono do clube noturno Gaslight com brisket para conseguir um bom horário de apresentação. E de repente tudo dá errado, numa noite antes do Yom Kippur e conseguirem o rabino para jantar, o marido Joel fica muito nervoso e tem uma noite horrível em frente ao amigo e esposa dele, em casa faz a mala (que é da Midge!) e diz que vai deixar a família, que está tendo um caso com a secretária Penny; “sabe o que é um sonho? O que faz você continuar aturando um trabalho que odeia”.
Ao que Miriam por sua vez, depois do surto dos pais – Abe muito bravo julgando que ela escolheu um cara fraco e a mãe Rose aos prantos – se embebeda e vai parar no palco do Gaslight de madrugada, transformando sua própria vida em piada, literalmente. De camisola, acaba mostrando as tetas (muito engraçada o desenvolvimento da piada “você não gostaria de voltar pra casa para isso?”) e vai presa, com fiança paga por uma funcionária do clube que acredita ter encontrado o próximo grande sucesso da comédia em Midge; e reencontrando aquele outro comediante na prisão, que apesar de odiar seu trabalho, também ama o que faz.
Com uma protagonista cativante, esperta, cheia de conflitos, ótimos coadjuvantes (adoro o pai vivido por Tony Shalhoub), direção de arte brilhante, trilha sonora nostálgica e apropriada, timings perfeitos – senhoras e senhores, que piloto.


S01ep02 – Ya Shivu v Bolshom Dome Na Kholme
Eu diria que este é um título bem audacioso para um segundo episódio de série que mal começou, é uma frase em russo (Midge cursou literatura russa na faculdade!) e ela começa sua segunda apresentação com essa frase. Relembrando um café da manhã recém-casada, Midge se esquece do combinado com Susie, que pretende ser sua agente no mundo do stand-up, e é muito engraçado a falação de Susie enquanto conhecemos o apartamento de Midge e dos seus pais no outro andar, com muitas referências históricas a pessoas importantes e muito ricas. Apenas para mais tarde a gente entender ainda mais como é ruim a revelação de que o dono do apartamento era na verdade Moishe, pai do Joel, que também lhe garantiu um emprego com o irmão e muda sua secretária – acertando bem no alvo sobre um dos motivos da separação. Enquanto Joel está abrigado no apartamento do seu amigo Archie, sua esposa Imogene tenta ser solidária com a amiga Midge – que aula de ginástica mais fofa, gente, elas se exercitavam assim mesmo, com aquelas ropitchas e rotina? Mas… com as divorciadas de preto num canto!? Aliás, mais pontos positivos pra desenho de produção, cenário grandioso para a fábrica de roupas do Moishe, e para a universidade do pai da Midge também – que ótima piada com os vetores, não é sempre que a gente vê piada com matemáticos, afinal. Sim, os dois pais estão em frangalhos com a separação, Shirley (mãe do Joel) toda escarcéu tenta um jantar com todos que vira um Deus-dará; Rose procurou uma cartomante de chá e Midge sai tempestuosa pra subir de novo no palco do Gaslight, e ser presa de novo!


S01ep03 – Because you left
Descobrirmos que mancha de sangue sai com sal, e que Lenny Bruce é um comediante famoso (e respeitado por Susie), pagando a fiança de Midge e informando-a que ela precisa arranjar um advogado. Susie conhece um que andou defendendo várias figuras e abomina a censura, mas Midge mesmo com um vestido fabuloso acaba desafiando o juiz e vai presa de novo! Desta vez, pede dinheiro ao ex, sem poder dar muitas explicações. Ela vai à apresentação do Lenny no Village Vanguard, um clube de jazz, acaba papeando com o pessoal e provando um baseado – ficando com muita fome e quase se esquecendo de chamar a banda! [Apesar de vergonhoso, devo admitir que essa questão de se perguntar se não escolheu o emprego errado ao decidir ser mãe e achar que deveria ter um instinto maternal “de fábrica” que não tem é uma das minhas grandes indagações dos últimos anos ‘- -] Enquanto isso, Rose faz um dramão e Abe vai ter com Moishe sobre o que podem fazer em relação ao apartamento, Moishe garante que o filho vai voltar; o que até acontece, Joel diz que as coisas não estão bem e propõe “dar uma outra chance”, mas de forma tão banal que é claro que Midge não vai simplesmente aceitar, o cara a deixou, pô!


S01ep04 – The disappointment of the Dionne quintuplets
Sim, fui procurar quem foram essas “quíntuplas” (cinco garotas que nasceram no mesmo dia prematuras e sobreviveram à infância). E iniciamos este episódio com uma boa montagem de quando Midge se casou e entrou no apartamento paralela à mudança saindo dali para voltar à casa dos pais… Não é fácil achar que tinha conquistado tudo e perder tudo. Outra montagem legal, o corte de Ethan vendo Liberacci na TV tocando uma máquina de escrever para Susie malemá conseguindo fazer manualmente seus cartões de visita. Parece que ela conhece mais gente do que pensamos, meio que invadindo um clube de cavalheiros (Ed Sullivan!) para conhecermos Harry, que pode ser seu mentor como agente de talentos. Depois de vermos como é a seleção de apresentações no Gaslight, Susie e Midge saem para comprar discos numa sala escondida de uma loja, porque Miriam precisa conhecer um pouco mais dos nomes desse meio da comédia. Além de participar de um protesto no parque bem feminista, em outra noite vai conhecer clubes com Susie, um lugar em que os artistas testam suas ideias (por que só elas riem da marionete que se suicidou?), um clube em que um comediante acha que Midge está roubando suas ideias por ficar anotando num caderninho (e por que ela não poderia estar roubando para ela mesma? haha), o Copa (e por que só com a música e a apresentação de dança eu adivinhei que era o Copa, quem sou eu? Vivi em outra vida em NY?). Mas a noitada fora traz outra realidade para Midge: está agora com seus pais, e não é mais adolescente, precisa de mais independência.


S01ep05 – Doink
Midge decide ir atrás de um emprego e se candidata a operadora de elevadores na B.Altman, conseguindo um no balcão de vendas de maquiagem. Tudo é novo para ela, de bater o ponto a levar sapatilhas e só usar salto na loja até novas amigas como a que referencia colegas por nomes famosos do cinema. Midge também não está acostumada a se dar mal em uma apresentação, mas depois desse dia cansativo ela cai por terra (tradução difícil essa, “bombar” funciona completamente de forma oposta em português) e Susie diz que todo artista tem seu dia ruim, mas Miriam acaba indo se encontrar com um cara que diz refinar as piadas, Herb Smith (Wallace Shawn, e a gente não adora suas aparições coadjuvantes, seja em filmes de Woody Allen, românticos como “A princesa prometida” ou mesmo voz de animações como o Rex de “Toy Story”), que entrega vários cartões. Aqui, devo admitir que este episódio foi mais difícil de assistir pela vergonha alheia – mas como a Midge subiria num palco sem nem ter visto os cartões antes!? Foi um show de horrores. Envergonhada e humilhada, briga com Susie e diz que desiste dessa carreira. Já Joel apresenta aos pais Penny num jantar, apesar de um Moishe amistoso contando piadas, são taxativos: “Não”, essa garota não é de se apresentar aos pais…


S01ep06 – Mrs. X at the Gaslight
Midge se sente à vontade contando piadas nas festinhas das novas colegas da loja de departamentos B.Altman, inclusive fazendo “parceria” com Randall (Nate Corddry), que se diz profissional e a apresenta no Stage Deli (mesmo do Herb!) ao seu agente que diz que eles podem ser um casal comediante. Com isso, Susie vai ter que também arregaçar as mangas, “invade” (Susie é especialista nisso, né não?) a agência William Morris, vai atrás de Midge, que finalmente desaba sobre sua situação, não sabe o que fazer com sua vida desmoronando, inclusive após o outro dia ter encontrado o ex-marido com a nova garota no restaurante chinês onde a família tinha ido para celebrar uma nova proposta de emprego da Bell Labs para o pai Abe, que ele havia esperado por anos. Assim, conhecemos também o irmão Noah, suposto filho favorito e brilhante, e a cunhada Astrid que está louca para ter filhos. A mãe Rose afirma que Joel não vai ficar muito tempo com essa garota e nós público também notamos claramente seu desânimo com ela, mesmo após termos visto Midge indignada conhecendo o novo apartamento deles – tudo era como uma versão dela menos sofisticada, e após ter percebido que Midge não usa mais aliança. O título do episódio se refere à loja de discos que acabou com a posse da gravação de áudio da primeira apresentação da Midge no Gaslight, decidindo fazer cópias e vender como disco!

S01ep07 – Put that on your plate!
Boa sequência mostrando como uma piada pode ser melhorada, Midge vai se apresentando no Gaslight, como Susie tinha aconselhado, tem que praticar fazendo mesmo, e o comentário de um garotinho que ela viu no metrô (sim, o metrô de NY é super velho, acho que eles montaram um em estúdio, no episódio em que vemos ela começar a trabalhar também foi pontual que no retorno para casa estava cercada pela maioria homens voltando do trabalho), um marido querendo maquiagem para a esposa parecer Elizabeth Taylor ou seus pais separando as camas de manhã embaraçados realmente ganham mais graça. E Susie acha que ela está pronta para começar a se apresentar em outros lugares, vai procurar o “mentor” Harry (David Paymer) para arranjar de abrir para uma de suas clientes mais famosas, Sophie Lennon (Jane Lynch) – que Midge visita e é bem diferente da sua apresentação, em vez de uma rechonchuda com palavreado mais chulo do Queens, é uma super ricaça, empregados passam seu jornal, “come” macarons da França e ainda aconselha Miriam de que precisa “criar” uma personagem para fazer sucesso como comediante, não pode ser tão bonita (pesquisando, muitas mulheres fizeram isso nessa época dos anos 60). Enquanto isso, Joel vai conseguir uma promoção no emprego e é bem engraçado o jantar preparado por Rose para um colega de Abe, ela achando que é um velhinho (que já tinha morrido 4 anos antes) e depois que o pai está querendo ser cafetão da filha, até que descobrem que o cara é um advogado de divórcios, casa quase cai. Justo na noite em que Harry vai ver Midge no Gaslight, ela teve um dia ruim com a mãe revoltada porque ninguém tinha lhe contado que Joel já quis voltar e Midge recusara, então ela acaba improvisando e detona Sophie Lennon, e o medo é real nos olhos da Susie quando Harry diz para ela que está acabada nesse ramo.

S01ep08 – Thank you and good night
Midge e Susie se embebedam e o plano agora é ela fazer qualquer trabalhinho que arranje até o pessoal esquecer o fiasco. Também nos planos está a festinha de aniversário de Ethan e Estelle, filha da amiga Imogene, que sonha com os dois filhos casando, e eles têm o comediante com marionete e um carrossel na festa! Midge come muito de ressaca, e tinha feito uma travessa extra de mac’n cheese, descobrimos que Joel nunca tirara sua aliança e eles acabam passando a noite juntos, com esperança de voltarem. Só que é claro que tudo é um pouco mais complicado, faz um tempo que Joel voltou a morar com os pais também, mas Penny vai fazer uma cena no trabalho de Miriam; animado em voltar também ao stand-up Joel acaba descobrindo a gravação da apresentação de Midge na loja de discos; os pais estão brigados, Rose mudou a sala de estudos do marido para um cantinho com pilhas de livros enquanto ela fica com uma sala de jantar – e é hilária a reação de Abe quando Midge diz que ela e Joel podem voltar, “estou bem” hahaha. Susie consegue conversar com Lenny para que ele se apresente no Gaslight e ajude Midge porque Harry está bloqueando todos os possíveis trabalhos das duas, apesar de o dono do lugar ter tido uma conversa com Susie para ela só receber a entrada e não cuidar mais da parte artística; sem Midge saber Joel aparece, vê suas piadas sobre eles, confronta Susie, mas lá fora bate no carinha que tinha quase estragado a apresentação da esposa porque “mulheres não são engraçadas”. Mas com seu vestidinho à la Audrey Hepburn (em “Sabrina”), até Joel admite que ela é boa.