Uma fala do Luffy e ainda sobre o fiasco de 25

Tanta coisa, passou mais de mês desde meu aniversário e acabei nem registrando qualquer coisa aqui. Pois bem, vamos primeiro falar do fiasco desse 25.

Conforme se passaram os anos desde jovenzinha, eu fiquei muito contente por compartilhar meu aniversário com Sean Connery (que já morreu, mas ficou marcado na história do cinema como um dos melhores 007, não?), Tony Ramos (que já foi galã de novelas, xenti), Rachel Bilson (a Summer do The O.C. e possível parzinho do Chuck), Blake Lively (que tem cada visual incrível no Met Gala e acabou se casando com um escorpião de 23 de outubro, minha primeira paixão platônica na vida real também era desse aniversário). Claro que meu nome favorito, porém, sempre foi Tim Burton, que apesar de ser estranho e meio sinistro, já se deu bem com animações, romances bizarros e até filmes bem sucedidos de heróis. Representa um pouco de mim, que apesar de não pensar de modo muito convencional, ainda teria alguma chance com o cinema e Hollywood até.

Mas este ano eu decidi ir no IMDB dar uma conferida e atualizada na minha lista. Em primeiro lugar, mais popular, Alexander Skarsgard! E eu acho que vou ter mesmo que ver “Succession”. Ou vocês me recomendam essa lenda de Tarzan com a Margot Robbie? E não é que descobri o William Friedkin (que morreu no início do mês de agosto, xentem, desconfio que também acontecerá comigo, morrer no mês de aniversário), isso mesmo, o diretor de um dos clássicos do terror, “O exorcista”. É até peculiar que vários virginianos tenham um lado meio sombrio, meio dark, expressando-se pelas artes: Stephen King é de virgem, Agatha Christie também era.

E se o Tim Burton andou meio chateado com as aparições de duas “criações” suas ajudando a dar dinheiro pro estúdio – quer dizer, na verdade a conversa era outra, era sobre o uso de efeitos rejuvenescedores – aqui vamos eu para mais um post desta minha blog-terapia. Sim, andei uns tempinhos meio chateada. E me perguntando se vai ser assim pelo restante deste ano todo de vida; por alguma tradição japonesa alguns aniversários são marcantes e anos “difíceis”, pelo menos segundo minha mãe, isso implica em bolo redondo sem falta: entre essas idades, 33 (idade de Jesus!) e 42.

Aqui vamos eu desabafar sobre o fiasco do último 25 de agosto, em que tudo deu errado. Estendendo-se à sensação de “e se a vida inteira deu errado, o que a gente faz?”. Ou foi a onda de calor que andou fritando meu cérebro, me derretendo? 

Vamos eu admitir que esperava alguma coisinha do concurso de argumentos, relembrei como é me sentir completamente inadequada ao meio audiovisual brasileiro, que fiquei um pouquinho triste sim e quase querendo desistir da viagem no final do ano, e daí relembrei de como já andei desistindo de tanta coisa nesta estrada de vida.

E depois de tantas tentativas, ficamos a indagar se realmente isso não é pra gente, afinal. Que ficamos nos iludindo, acreditando que poderíamos ser alguém especial. Quer dizer, cada um tem ou desenvolve seus talentos e aptidões, mas talvez eu estivesse errada o tempo inteiro, e não quis acreditar que não havia qualquer coisa de especial em mim.

Pois então. Dia 25 eu tinha planejado, este ano ia pegar o bolo sabor brullé (que fui encomendar dias antes e não ia dar para fazerem, só depois de sábado, sendo que o niver caía na sexta); ia no Cine Drive-in ver “Barbie”, porque daria pra levar a pequena junto (no dia antes saiu de cartaz pra “Besouro Azul” e um filme de vampiro), acabei desistindo; daí decidi fazer um bolo com a filhota, esqueci a colher que ela tinha usado pra mexer e botado dentro do copo do liquidificador, copo que quebrou e espalhou massa de bolo pela cozinha toda, fiquei metade do dia limpando a casa; ia jantar no Paris 6 pra ver se eu ganhava sobremesa de brinde, mas acabei desistindo com essa série de atrapalhadas.

Daí revi para analisar quantas vezes na minha vida eu já havia desistido de algo – sou uma desistidora? Para ser honesta, até que avaliei e procurei ver por um viés positivo, não me achei tão mal assim. Sim, eu deveria ter desistido é do segundo ano de cursinho e ido fazer o curso de teatro. Sim, eu deveria ter desistido de prestar audiovisual na USP e escolhido japonês, feito uma faculdade pública, deixado pra fazer um curso de audiovisual como segunda opção mesmo. Na verdade, meus arrependimentos são mais por coisas que acabei não fazendo, nem tanto aquelas que desisti.

E assim, passei anos com a sensação de ter desistido tantas vezes de trabalhar com cinema, porém continuo por aqui. De tempos em tempos retornando aos sonhos – ou seja, eu não desisti realmente, nunca por completo. Voltamos. Em novas conjunturas, com algumas diferenças.

Outro dia eu estava zapeando o Netflix – aliás, ultimamente eu percebo que ando passando muito mais tempo zapeando os canais de streaming do que realmente vendo alguma coisa! – e num desses trechos de imagens que o Netflix nos apresenta para gerar interesse em vermos determinado título, eu me deparei com uma fala do Luffy (do anime de “One Piece”, a série em live action comecei a ver, mas estou indo aos poucos), em que ele diz que ele decidiu que quer ser pirata e pronto. Pode ter que lutar e morrer tentando, mas ele decidiu.

Me identifiquei, mais ou menos. Acho que mesmo que nunca dê certo, vou morrer tentando. Posso falar que vou desistir, mas não consigo, é algo já em mim. E é isso. Agora já decidi que vou me tornar roteirista, e pronto.

E tudo anda tão diferente! Pelo menos comparando a quando eu tinha 10 anos e achava que tinha que aprender inglês por conta própria para ir trabalhar nos EUA, já que a produção cinematográfica no Brasil era escassa (sim, era início dos anos 90). Hoje tem canal no YouTube falando só de roteiros no Brasil, tem curso de assistência de roteiro (coisa que eu nem imaginava que existia no Brasil, sala de roteiro!), temos concursos de roteiro e o maior festival de roteiros da América Latina que eu também desconhecia, mesmo tendo feito aqueles dois anos de curso audiovisual no início da última década.

Aliás, descobri sobre este festival ano passado, quando fui para Gramado, e este ano me comprometi comigo mesma a ir lá conferir. Será no próximo mês e talvez eu consiga postar alguns comentários por aqui, vamos ver.

Porque era pra eu ter tecido comentários sobre “Novela” e “Insustentáveis”, séries brasileiras disponíveis no Primevideo que até que foram interessantes, ou mesmo a inesperadamente divertida “Jury Duty”, xenti, nem sequer comentei de “Barbie” (que acabei vendo depois) ou “Bacurau” (que foi o que acabei vendo no meu aniversário).

Fora novas resoluções sobre o que quero escrever e ver, principalmente me aproximando mais de Hayao Miyazaki, digamos bem resumidamente. Nesse meio começam a entrar pra minha lista de querer ver títulos como o doc “Território” e um filme antigo, “Soylent Green”, dessa lista já estou na metade de “Aruanas” que acabei perdendo lá por 2019, afoita com a gravidez, enrolada com a pandemia. É, andei perdendo um certo tempo nos últimos anos…

E os comentários então sobre esta leva de produções relacionadas à carreira de youtuber? No Prime tem uma série mexicana, lançada pouco antes da série brasileira “Compro likes” no Star, que é o mesmo tema de um filme com Andrew Garfield e a filha da Umma Thurman e do Ethan Hawke lançado na mesma plataforma. Tantas, tanta coisa. Então, sobre novos posts, veremos. Vejamos.

Apesar de tudo isso, ainda tenho meus sonhos grandiosos de Hollywood – e por que não, né Luffy? Então também me decidi a conseguir um certificado! E se posso ir em busca de um internacional, por que não, não é mesmo, Luffy? Pois é, faltou também post comentando sobre essas reviravoltas pessoais de querer mudar um pouco, deixar de sempre achar que não sou boa o suficiente pra essas coisas… e quem falou? E mesmo que eu não seja tão boa escritora, olha só quanta gente ruim além de mim tem por aí, né? Hahaha.

Supostamente este novo curso deve durar um ano e meio, por aí. Tenho até cinco anos para terminar, mas com um investimento financeiro relativamente alto, vamos ver como isso se dará… Por agora, apenas fico por aqui ansiosa pela minha próxima viagem para escrever e ver o último do Scorsese (e do DiCaprio, claro).

Espírito natalino e favoritos de 2022

Cá estamos nós em mais um final de ano e eu me pergunto se já fiz antes algo como o que fiz este ano, buscando alguns títulos pra “entrar no clima de Natal”? Faz tanto tempo que parece que não passo por um turbilhão nesta época de final de ano, parece até que isso nunca aconteceu na minha vida. Quer dizer, claro que tem alguns títulos clássicos de Natal, quando era criança, ano após ano era certeiro, ia ter “Esqueceram de mim” (1990)*** na TV, quando chegou minha idade adulta descobri o clássico “A felicidade não se compra” (1946)****, que é uma beleza de filme mesmo, não à toa tradição de muita gente nos States.

Já “Milagre na rua 34” é o favorito de muitos, mas eu mesma conferi poucas vezes. Desta vez, parece até que vivo calmaria – nem é que não tenho uma lista enorme de coisas a fazer, virginianos sempre terão tal lista. Eu fui lá checar o especial de festas dos Guardiões da Galáxia – que nem foi tão engraçado assim, achava que me divertiria mais. Drax e Mantis vem para a Terra roubar o Kevin Bacon para deixar o Quill mais alegre, e até que é divertido ver a Nebula tentando dançar ou Groot servir de árvore de Natal.

Também vi o “Murderville” especial de Natal esperando dar mais risadas, com menos sucesso de risadas ainda. Trouxeram o Jason Bateman que, lembremos, já tinha trabalhado muito ao lado do Will Arnett em “Arrested Development”, e também a Maya Rudolph, como assistentes do detetive. De cara eu já sabia quem era o assassino do Papai Noel, e até que foi engraçado a disputa entre diferentes tipos de policiais interrogando, ou a bagunça no final – “então foi a prefeita, você acha que foi suicídio, e você, que fui eu!”, com os atores segurando risos várias vezes. A piada final do órfão Terry também foi boa.

Por falar em Noel, minha filhinha adorou o especial de Natal do Zé Coleta (#ficadica para crianças), com o caminhãozinho de lixo ajudando o Papai Noel a entregar presentes; ela fica querendo ver de novo e de novo. Aliás, para minha surpresa, ela gosta de ir lá falar com os Noel dos shoppings – esperta, descobriu que ganha pirulitos e só nesta temporada já ganhou uns 5 (e eu achando que ela ia chorar hah!).

Uma série despretensiosa e graciosa é “Dash & Lily”*** para os adolescentes espertinhos. Muito bem conduzida, os personagens começam com um jogo de desafios anotados em um caderno; os dois gostam de ler, ele não gosta de Natal e ela geralmente ama. Gosto da diversidade, sim, tem casal gay, amigo negro que trabalha em pizzaria (aliás, preciso terminar de ver “Faça a coisa certa”!), garota latina espetacular, a mocinha é asiática (adoro as tradições japonesas apresentadas de modo único à família dela), tudo sem estereótipos – até os irmãos Jonah tem uma ponta sem estrelismo, os personagens coadjuvantes são interessantes, como a tia e o avô de Lily, com suas próprias rusgas, a banda de rock dos judeus, entre outros. É bem gostoso acompanhar os dois se correspondendo e passeando por Nova Iorque nessa época festiva, ponto positivo para a direção de arte que faz um vestido árvore de Natal pra Lily e deixa os ambientes realmente lindos e reconfortantes. Ah, e ter Joni Mitchell como reforço de conexão não é pra qualquer um. Acho que se saíram muito bem com esta pequena ótima série, recomendaria pra qualquer um.

Mas acho que o que mais enche as listas de filmes natalinos nas opções de streaming (e Tv), fora os infantis, são as comédias românticas. Meldels, como tem filme de romance com Natal como pano de fundo… Eu tinha que pegar unzinho pra ver, né. Na verdade, mais de um. “Natal em Hollywood” (2022)* até brinca com os clichês típicos desse tipo de filme, mas entre tantos eu quis ir adiante com “Um castelo para o Natal” (2021)* porque a protagonista é uma escritora… Numa crise na carreira – e vida pessoal – ela acaba partindo numa viagem e comprando um castelo na Escócia. Claro que ela se apaixona; é engraçado a referência de espadachim e lendas medievais, visto que o duque é vivido pelo Cary Elwes, de “A princesa prometida” (1987)** e que já foi um Robin Hood. O Hamish serve bem em seu papel de bicho fofo, o enredo é aquela coisa previsível, mas é interessante incluir o dialeto local, e que a faixa etária seja um pouco mais avançada do que grande parte dos filmes do gênero. Ambos são separados e a escritora tem filha na faculdade – Brooke Shields tá com quase 60, gente, não ousem reclamar dos peitinhos dela.

Na verdade, esta é a deixa pra entrar no tema de alguns favoritos deste 2022. É, cá estamos nós, em mais um final de ano fazendo nossas retrospectivas. Este ano sinto que escolhi um pouco mais de filmes com personagens escritores. Teve “Mank” e “Barton Fink”, mas uma boa surpresa pra mim foi “Sob o sol da Toscana” (2003)**, com uma escritora já mais madura, também em crise, que sai pra viajar – e eu diria que, meio que pra se inspirar a viver de novo. Por coincidência ela também acaba comprando uma propriedade. É a crise de meia idade – sim, eu deveria pensar em comprar um imóvel, mas no meu caso preferiria um motorhome. Bem, não é bem essa a crise, é o fato de chegar em certo ponto da vida e querer resgatar aquele sentimento da sonhadora que sempre existiu em mim, de querer ser escritora.

Acabei nem fazendo posts aqui sobre minha jornada em Gramado; neste 50° ano de festival de cinema – um dos mais importantes do país, eu decidi me dar esse presente de aniversário. Foi um dos meus momentos favoritos de 2022, embora sempre exista um lado ruim implicado, como minha bebê e gata doentes longe de mim e meu companheiro estressado lidando com o caos. Mas essa viagem não foi apenas para conferir alguns filmes, depois de tanto tempo sem telas grandes, ou comer delícias e chocolates.

Secretamente, essa era uma viagem para eu me sentir como uma escritora. Assim como esses personagens de filmes, saindo numa jornada inspiradora – até Bilbo Baggins entrou nessa descrição? (Com saudades de “Senhor dos anéis” após o fiasco da série, comecei as versões estendidas, mas não estou nem na metade). E não é que parece até que o universo queria que eu realmente tomasse vergonha na cara coragem e abraçasse esse meu verdadeiro eu? Por puro acaso, numa manhã chuvosa, acabei de gaiato numa capacitação para roteiristas, com apresentação e análise de uns profissionais relacionados ao FRAPA, um festival de roteiros que eu simplesmente desconhecia por estar fazendo justamente 10 anos – de festival e de tempo que passei piamente desacreditada dos meus sonhos.

Incrível, não? Achei uma bela sacada do destino. Não, não terminei o roteiro que queria terminar em cinco dias, à la John Hughes. Mas, sim, eu escrevi! Eu realmente estava escrevendo! No meu jardim secreto (literalmente, o nome da pousada era Jardim Secreto), com o ar puro do vento batendo no rosto num passeio bucólico de bicicleta, um café da manhã caprichado, friozinho perfeito pra usar um casaco Amélie, um chazinho pra esquentar a alma no final da noite. E o meu quarto era perfeitamente o de uma escritora, tive até direito a banho de banheira, sem no entanto ficar lá como Trumbo. Mas eu estava escrevendo. De verdade. E por isso eu estava tão feliz…

Porém, como muitas felicidades são passageiras, acabamos voltando à rotina da vida real. É.

Minha gata se foi. E tudo meio que desmoronou. E eu tentei me concentrar nas coisas que de fato precisam ser feitas, vi algo aqui, algo ali. Me entreti com a Copa, que teve uns azarões engraçados – Japão, Arábia Saudita, Espanha perdendo, Marrocos chegando na reta final, e que emoção a final da Argentina, histórica, depois de 36 anos. Eu consegui ver o reality “Drink Masters” e me impressionar no requinte e na elaboração daquelas bebidas; xenti, eles cozinham melhor que os Master Chefs… E consegui ver a primeira temporada completa de “O conto da aia” (2017)***, série realmente contundente, sem barrigas, baseada nos livros de Margaret Atwood, meio subversiva, revolucionária em certo ponto, imaginando uma realidade de poucas mulheres férteis obrigadas a dar à luz, numa sociedade que deveria “limpar o mundo”, mas como em todas as teorias impraticáveis da história da humanidade, já denunciando a podridão humana em sua primeira temporada. Está no Star e devo continuar vendo.

Ah! Devo mencionar que curti, inesperadamente e com muita avidez, “O sabotador” (The mole/2022)***, o reality da Netflix que reformula um programa que passou no início dos anos 2000. São 12 competidores que devem fazer provas diversas para acumular dinheiro para um prêmio final e ao mesmo tempo tentar descobrir quem dentre eles é a pessoa tentando sabotar a empreitada. Talvez eu esteja descobrindo esse meu lado que curte um bom mistério. Antes do último episódio eu repensei as provas e consegui adivinhar quem era o sabotador, mas não tava fácil não. E gostei bastante de todas as provas, muito loucas! Tinha várias ali que eu não conseguiria fazer (mergulhar pelas caixas de tesouro, rapel na montanha, carregar blocos de gelo na neve, vix). A primeira prova do avião já nos surpreende com um segredo, tensão pra fugir da prisão, desconfiança no roubo do banco, ousado e terrível os 25000 apostados, surpreendente os finalistas da mesa com “delícias” e detonadores. Adrenalina, sem querer parar de ver os episódios, haha, belezura pra “férias”.

Porém, vamos lá, finalmente para o favoritasso do ano, aproveitando que também é muito propício para esta época de confraternizações de fim de ano. Não, vocês erraram se imaginaram que meu escolhido seria “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo” (2022)***, que anda ganhando prêmios por aí, tem a ótima Michelle Yeoh e o envelhecido garoto asiático amigo do Indiana Jones. É realmente uma bela confusão divertida, com comédia, inteligente, muita ação e lutas, Jamie Lee Curtis velhinha lutando, às vezes zumbi, pedrinhas singelas conversando existencialismos – e no final, pra quem não curte tudo isso, tem a relação mãe e filha/marido/família pra tocar no coração de qualquer um.

Mas meu favorito é uma produção anterior a este ano, que só fui conferir no Primevideo e agora, com ótimo timing, chega à Netflix. Então vai lá conferir pra poder dar mais valor à sua família ou qualquer pessoa próxima neste Natal ou Ano Novo. “Um lindo dia na vizinhança” (2019)**** meio que passou batido no Oscar, com uma só indicação para Tom Hanks, que faz uma personalidade das infâncias de muita gente nos EUA, com seu programa de TV e caráter, consideração incomparáveis. É um filme realmente muito especial, sério candidato a revisões futuras, que permanece na nossa alma quando lembramos mesmo passado um bom tempo. Aquela cena de pararmos e simplesmente olharmos é maravilhosa.

Com isso, termino aqui este post e este ano, desejando aos esparsos leitores, mas a todos, os conhecidos, amigos, familiares inclusos, ótimas confraternizações de fim de ano, filmes e séries que importam, realizações no novo ano que importam também, saúde e coragem, que importam demais. Um abraço caloroso.

Desabafo é cringe? (crush no Tom Hiddleston e um breve comentário sobre a abertura das Olimpíadas)

Senta que lá vem post longo!

Então, nos últimos tempos, nós vimos esse debate sobre o conflito das últimas gerações, Z x Millennials, e eu descobri que sou muito cringe. Tipo, café da manhã? É uma das refeições mais importantes do dia, minha gente, que é que é isso, não ter tempo pra café da manhã? Os emojis? Hmm, na verdade nunca gostei muito de “rs”, sempre usei hahaha, mas depois de descobrir as origens do quiaquiaquiá, incluindo ajuda do Donald para popularizar quaquaqua, me sinto justificada a usar o “kkk” agora. Boletos? Sim, lembro-me dos dias em que eu tinha que ir ao banco passar o código de barras lá; tudo bem, hoje temos inúmeras opções online, mas eles ainda existem e contas para pagar nós temos. Aliás, uma das coisas mais tristes foi descobrir que minha geração é a mais falida da história (xenti!), comparativamente, nossos pais em nossa idade já tinham imóvel e estabilidade financeira em seu nome. Realmente, eu sou um dos exemplares típicos que preferiu gastar com experiências do que com bens materiais (se bem que isso também envolve certas crenças religiosas aí), mas disso não me arrependo não; só pra citar alguns momentos que vão ficar na memória para confortar minha alma apesar de eu não ter um apartamento próprio: o passeio aos 14 por Los Angeles; uma viagem louca de ano novo para o Rio sem hotel para dormir; um evento inusitado em Taiwan cujas horas de voos demoraram muito mais que as reuniões em si; os dois meses que talvez sejam os melhores da minha vida em que trabalhei nos parques da Disney World em Orlando; tirar foto dançando tango no Caminito; comprar rede em Fortaleza; o treinamento num Chateau francês e dias seguintes flanando por Paris; as primeiras lanternas flutuantes minhas em NY; um passeio inusitadamente bom por Chicago à la Ferris Bueller e ao som dos Blue Brothers na cabeça; viagem de trem-bala por lugares do Japão que eu ainda não conhecia; um casamento em três partes que inclui muitas comidinhas em Belém do Pará; dias bons de camarões em Natal – só pra citar alguns destaques.

Bem, sei que estou ficando velha, disso eu sempre reclamo por aqui, e talvez seja cringe até o fato de postar num blog? Mas é parte da minha terapia pessoal, como eu também sempre digo. E vejam vocês, nem fazer isso direito eu consigo. Eu vinha postando uma vez por semana um texto de filme relacionando a algo budista, mas teve um acontecido aí que me desanimou um pouco, daí mais uma pausa ocorreu por aqui. Sei lá, sabe quando você se pega repensando algumas coisas da vida e fica com aquela sensação de “por quê?”; por que eu estou fazendo tal coisa, por que me esforçar ou me dedicar a tal coisa?

Dá vontade de se largar e se contentar (conformar?) com o mínimo que se pode querer da vida. Pra que fazer mais? Buscar outra coisa?

Nesses momentos de automelancolia, contavam com sua astúcia, não? Quem é que vem para me salvar, me confortar, me compreender na alma e me alegrar de novo? O cinema, é claro. Ou, pode ser também o mundo do audiovisual, música ou, neste meu caso atual, uma série (que deriva do cinema, então estou considerando). Já comentei alguma vez por aqui sobre a minha década perdida e talvez o universo cinematográfico Marvel também possa ser em parte incluído nisso aí. Sim, eu gostei do primeiro Homem-Aranha vivido pelo Tobey Macguire, e foi bem divertido o primeiro Homem de Ferro. Mas confesso a vocês que teve uma hora em que eu simplesmente tinha cansado dos filmes de super heróis. Tá, eu vi os filmes, Hulk era um dos meus favoritos apesar de não ser o mesmo ator dos filmes solos, quando Mark Ruffalo encarnou o smash verdão eu aprovei; não me importei tanto com o Capitão América, meio certinho demais pro meu gosto; Gavião Arqueiro e Viúva Negra figuravam meio que como coadjuvantes pra mim (e nem me empolguei muito com o filme solo da vingadora Natasha, pra mim esse deveria ter vindo bem antes); já os Guardiões da Galáxia eu realmente ri e ouvi inúmeras vezes a trilha sonora; Doutor Estranho foi bem legal, vai, com sua capa de vida própria; Homem-Formiga conta com o carisma do Paul Rudd, mas eu nem vi a continuação; Capitã Marvel não me conquistou exceto pelo gato que arranha Nick Fury; o novo Homem Aranha fez sentido como adolescente; Pantera Negra deu uma respirada renovada e adorei todo o conceito de Wakanda; e pra finalizar, eu também não me empolguei tanto com Thor, talvez o Ragnarok tenha sido o mais interessante, mas daí já tava tudo entrelaçado com Os Vingadores.

Isso tudo pra dizer que finalmente agora, neste ano, eu estou redescobrindo um pouco desse universo. Vi toda a série no Disney+ de Wanda Vision, e achei genial a sacada de cada episódio inicialmente simular uma representação de série de cada década diferente. Foi muito interessante, mas chegando ali pro final eu me desapontei um tiquinho só com a “evolução” do Visão e o carinha que fez Pietro numa versão anterior dos X-Men ter dado as caras só pra fazer uma graça extra. Aliás, além da nova heroína negra, uma participação especial que contou foi da Darcy, amiguinha da futura Thor… E, aproveitando o ensejo, senhoras e senhores, a série que salvou mesmo essa euzinha pequena do seu próprio torpor foi: Loki.

(!) Lembrando que este blog não acredita em spoilers. Mesmo que eu soubesse o que ia acontecer, eu teria visto todos os episódios e conferido a reação do Loki a cada passo ;)

Ai, vontade de rever todos os filmes do Thor, só pra conferir a evolução desse personagem. Creio que estou certa em dizer que nenhum outro vilão do MCU ganhou sua própria série, e pelo que pesquisei, nada dela existia nos quadrinhos (bem, algumas referências aqui e ali, mas não como ela vem nos sendo apresentada). Sim, a série veio a existir em grande parte pelo talento, carisma e trabalho dedicado do seu intérprete, Tom Hiddleston. Ele acabou ganhando os corações de um monte de gente, inclusive meu, pois é muito mais interessante acompanhar sua trajetória do que a de um herói, digamos, convencional – pois é, quem diria que eu, que na época do vestibular estudava o anti-herói Macunaíma, que me dava é raiva em vez de torcer por ele, iria acabar gostando tanto de anti-heróis. Daí descubro que Hiddleston gosta de Shakespeare (crush, crush!) e entrou nessa para trabalhar inicialmente com o Kenneth Branagh (diretor do primeiro Thor), que esse cara parece ser super gentil e elegante, sensato e boa praça, humilde apesar de toda a fama alcançada – e aquela aparição numa Comic Con, hein? Sem falar que ele é aquariano, signo que sempre admirei (talvez por ser tudo que eu não consigo ser?), aliás, nasceu um dia antes da data de aniversário do meu esposo. Quem sabe numa outra timeline nós teríamos nos encontrado? (crush, crush, crush!)

Claro que a série não se faz sozinha por ele, um roteiro bem trabalhado é essencial, mas digo que não foi pelos efeitos visuais e fotografia (que pra mim ficavam um pouco confusos e fora do tom até, sei lá, o que é que eu sei, não é?) que continuei vendo os episódios a cada semana. A química com o Mobius do Owen Wilson foi boa, a personagem de Sylvie me deixou contente, bem como ver o jacaré Loki. Desenho de produção também aprovado, apesar dos cenários grandiosos construídos que nem precisava talvez, o figurino da Sylvie, dos guardinhas da TVA, os props como o portal dos timepads funcionaram para esse universo.

É claro que em termos de roteiro, sempre fico com medinho dessas viagens no tempo, de que vai virar tudo uma confusão, quantas produções nós não já vimos eles c@garem tudo, né? Mas acho que era inevitável, sendo que eles pretendem trabalhar com a ideia de múltiplos universos. No geral, são as ficções científicas que tratam do tema, e eu sempre fui muito afeita a elas, portanto, acho bem justo eu ter me empolgado mais com esta série aqui do que as outras coisas que andam saindo por aí da Marvel. Sempre são histórias acompanhadas de questões filosóficas inerentes à humanidade, e foi ótimo o Loki quebrar a cara e ver como ele é tão pequeno. Às vezes a gente se acha tão importante e concentrados em determinada coisa que estamos fazendo, esquecemos que o universo é muito maior. Essa foi a característica que mais gostei, talvez, uma espécie de jornada de redenção, aceitar e ao mesmo tempo redescobrir a si mesmo. Na minha empolgação, fui lá conferir o Making Of (série Avante, no Disney +), com narração do próprio Tom Hiddleston. Recomendo se você gosta de ver essas curiosidades como eu, além de incluir uns pensamentos inspiradores…

“In life we all go through struggles, but we can’t do it alone. If we have people we can trust, it lightens the load and gladdens the heart” (Na vida, todos passamos por dificuldades, mas não podemos fazer isso sozinhos. Se temos pessoas em quem confiar, isso alivia o fardo e alegra o coração).

Talvez Loki esteja fadado não a perder e sim a sobreviver, talvez como todos nós. Nas infinitas possibilidades sendo podado de diversas realidades, talvez ele tenha se encontrado ao conhecer seus comparsas Loki.

Sendo podada em tantas realidades, eu continuo a acreditar. Mais do que nas pequenices e picuinhas, acredito no bem do mundo, pelas pessoas em quem sei que posso confiar.

E aqui meu breve comentário sobre a cerimônia de abertura das Olimpíadas Tokyo 2020, neste 2021. Eu curti, foi muito bonita, na minha opinião. Não consegui ver tudo, mas eu peguei a homenagem aos mortos, a representação da tradição japonesa Obon (festividades para os antepassados). Creio que se fosse um outro país, teria cancelado facilmente o evento, devido à pandemia. Mas esse é um povo perseverante, trabalhador, que respeita as tradições, dá valor aos ancestrais, sabendo que suas vidas não foram em vão pois interferem e se ligam ao futuro. Neste último ano, que foi de tantas mortes, não poderíamos ter tido um país melhor para sediar esses jogos que unem o mundo todo. Achei lindíssima a formação dos drones, formando o símbolo e depois a Terra, iluminando nossos corações junto, seguidos da “Imagine”, de John Lennon. Perfeição.

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Fazendo uma gracinha, essa sim é a timeline sagrada. Quando tudo parece estar em seu lugar. Por vezes temos turbulências, grandes terrores na história; sempre enfrentaremos dificuldades, pois são afinal necessárias aos humanos e sua evolução. Com melhoraríamos, sem o impulso do mal, algo que nos leve a mudar, a ultrapassar? É uma dicotomia inevitável nesta existência.

Nada mais propício também que eu possa comentar sobre isso junto do post sobre a série que traz engendramentos passados e futuros. E quem sabe não seja por isso (como o “mal” e o “bem” estão tão ligados) que seja tão interessante acompanhar Loki (o personagem)? Torcer para que no fundo, no fundo, ele tenha o potencial para mudar. Poder sentir esperanças, apesar de tanta coisa…

Algo que eu destoo dos Millennials é o fato de não substituir filho por pet. Também considero o lado de estabilidade financeira que possibilita isso, e confesso que lá pelos 20 anos eu não queria ter filhos – muita gente já no mundo, que mundo louco, etc. Mas como o nosso olhar pode mudar, não? Eu percebi que dar vida a outro ser humano é também parte desta experiência terrena e o oferecimento de uma oportunidade, para outra alma, para uma nova vida, para o futuro. Quem sabe o quanto podemos melhorar nas próximas gerações, com as vindouras evoluções? Com respeito pelo passado, é claro. Mas se eu posso proporcionar isso, e me oferecer no que puder em prol dessa nova vida, cuidando da melhor forma que posso para que ela possa ser esse futuro brilhante (e não decepcionante e cringe como minha geração?), talvez seja só isso mesmo que eu poderia (querer?) fazer para ter a melhor versão das timelines; para ter uma timeline verdadeiramente sagrada.

Como seria o seu filme sobre Corona vírus?

“Um vírus novinho em folha, fresquinho, pra você” – é uma frase que o personagem de Dustin Hoffman faz a determinado momento para seu superior no exército, vivido pelo Morgan Freeman. No filme Epidemia (Outbreak / 1995)**, o doutor Sam de Hoffman está querendo encontrar a causa para gerar um “antídoto” para o que ele acha ainda ser um vírus novo, mas que na verdade foi um caso abafado muitos anos antes para ser guardado como arma biológica. Até que a narrativa vai se desdobrando para prender nossa atenção, primeiro o macaquinho hospedeiro é contrabandeado e depois solto em uma floresta qualquer, as pessoas ficam doentes, a gente se pergunta como o doutor vai conseguir chegar até esse bendito macaco, tem personagem próximo dele que também fica infectado (a ex-esposa vivida por Rene Russo) gerando a urgência para realmente conseguir uma cura, tem até acrobacias com helicóptero e autoridades no poder para driblar e evitar que uma cidade inteira seja aniquilada. No filme, as pessoas doentes ficam num aspecto moribundo cheias de manchas e furúnculos de sangue – até para acentuar a gravidade dessa doença; elas tem apenas 2 dias antes de morrer e o vírus a princípio não se espalha pelo ar, até sofrer mutação e se propagar não só pela saliva, mas com espirros ou tosse, como uma gripe comum.

Acho que nesta época de corona vírus vários filmes apocalípticos vieram à mente das pessoas, não? Qual foi o seu? Com as ordens de quarentena e isolamento, ver ruas que antes eram super movimentadas se esvaziarem e um país inteiro ter que parar (a Itália, quem diria? O país do papa… foi realmente uma cena de cinema vê-lo caminhar pelas ruas vazias). É claro que esse filme do diretor Wolfgang Petersen tem um clima de catástrofe tenso e angústia bem mais exacerbada, mas a cidadezinha dos EUA é isolada pelos militares e os cidadãos devem ficar em casa, quem tem sintomas de tosse e febre deve se apresentar para exames… sempre tem – neste e em outros muitos filmes – alguma cena com a qual a gente pode acabar se relacionando e nos pegarmos surpresos por estarmos vivendo um momento quase igual na realidade! Os criadores da série da família amarela Os Simpsons que o digam.

Pois é, aqui no blog também eu tenho uma categoria chamada “Cenas do filminho da minha vida” que é algo assim: algum momento da minha vida real que coincide com algum momento, cena, de algum filme ou série por aí.

É até engraçado eu parar para pensar que já estava “em isolamento” antes mesmo deste caso virar uma pandemia. Como eu estava grávida e tive minha filhinha no início de janeiro, ainda estou naquele período inicial em que a dedicação total é ao bebê. Principalmente porque passamos praticamente fevereiro inteiro no hospital. Eu só saí algumas vezes para ir ao médico, farmácia ou super-mercado – ei, quarentena! Porque a bebê até 3 meses também não pode ficar exposta por aí, por não ter anticorpos suficientes… hmmm O que a geral, principalmente o pessoal de mais idade, está vivendo agora é o que eu já venho vivendo, cenas do filminho da minha vida…

E daí a gente começa a pensar diversas coisas e elaborar mais suposições para esta nossa vida em sociedade na Terra, né? Fiquei pensando que no Japão a contenção não deve ter dado tanto problema, pois eles já estão acostumados a usar máscaras e se cumprimentam de longe… Que euzinha não tenho problema algum com isolamento, já vivi a adolescência (14 aos 17 anos) num lugar sem muito convívio social, praticamente só minha família, estudava em casa. Assim, eu já imaginei como seria, como no filme A Rede (1996)**, a personagem de Sandra Bullock conseguindo viver só em casa, na base de entregas e sem muitos problemas com isso! Na época eu tinha umas fitas de vídeo-cassete e um serviço de canal pago para ver filmes – e hoje em dia, já foram desenvolvidos muito bem os serviços de streaming… Hoje em dia, até cerimônias religiosas foram restritas, mas podemos manter a fé “à distância”. Podemos comprar um livro, ou qualquer outra coisa, pela internet. E as conexões pela internet se desenvolveram desde então, hoje podemos ter contato com nossos amigos e familiares muito mais facilmente, por um aplicativo no celular – acho que esta é a hora mais que apropriada para fazermos bom uso disso!

Fiquei pensando em quantos serviços no mundo na verdade podem ser feitos de casa. Claro que tem muitos serviços que necessitam de pessoas na rua – quem vai produzir os alimentos e itens básicos, quem vai entregá-los? E os serviços de saúde, segurança, fiscalização, entre outros. Mas fiquei pensando em como até seria melhor que houvesse mais revezamento de funcionários nas empresas e serviços, não só para evitar aglomerações, evitar picos no trânsito e transporte público, mas pra oferecer também horários mais flexíveis para que os seres humanos pudessem ser mais humanos, e ter um tempo para a família, os amigos, algo que lhe dê prazer. Mesmo que os salários fossem menores, mas teríamos menos desemprego também? E se os preços também acabassem se ajustando para esses salários menores?

Na verdade, tudo isso eu já tinha pensado antes. E eu já tinha pensado esse filme. Algo que acontecesse para reinventar a sociedade. Para darmos mais valor a determinados trabalhos – como o pessoal de saúde, educadores para informação e pesquisa séria e correta, quem garante saneamento, ei, lixeiros!, o mínimo para sobrevivermos, são indispensáveis; e menos valor a outros – como o pessoal de entretenimento e esportes, políticos, podem ter uma renda tão discrepante!? Uma divisão melhor de renda e de bens, condições dignas de vida para todos.

Parece até um passo para trás, mas incluiria algo que faria muito bem para nossa sobrevivência e evolução: priorização das trocas locais, produção orgânica e atendimento mais rápido e próximo das necessidades da população, em pequenos grupos ou comunidades. Algo que faria muito bem ao meio ambiente, sociedades mais sustentáveis e menos pegada de carbono. Alimentação mais saudável, de frutas e vegetais; aproveitar melhor a água da chuva e a energia do sol; e se todos aprendessem a gerar menos ou zero lixo?

Claro que uma grande mudança, assim em âmbito geral, levaria muitas vidas – quantas pessoas no mundo estão impossibilitadas, mesmo agora, de uma higiene adequada ou recursos mínimos para viver? Seria como uma “limpa” da população mundial, desculpem se estou sendo radical e insensível, mas é o meu filme. É um mal que seria necessário para criar uma sociedade realmente melhor. E ficariam pessoas solidárias, que pensam no próximo, pois unidos sobreviveriam – seja indo ao mercado no lugar de outro, como já está acontecendo, ou oferecendo algo, partilhando algo, salvando mais uma vida por não esperar nada em troca, apenas juntos vivermos e compartilharmos esta Terra.

Pois esse seria o meu filme.

Não seria de conspiração política – como poderia ser agora, por motivos econômicos? Esse vírus já existia e agora decidiram usá-lo? Me ocorre também que pensar em fazer filmes agora talvez poderia incluir um futuro de atores digitais, como a Robin Wright em Congresso Futurista (2013)***? Como se darão as produções num pior dos casos de termos que viver eternamente em isolamento? Vamos viver das milhares de produções que já foram feitas ao longo da história da humanidade? Sim, temos grandes filmes na história do cinema que daria pra preencher anos de vida! Mas não teríamos mais a experiência de uma sala de cinema, o sentimento coletivo de ver um filme, um show, uma peça de teatro, compartilhando com outros?

Claro que na vida real não acredito que vamos chegar a esses extremos. Mas como é que vamos enfrentar esta crise mundial? E o que vamos tirar de tudo isso? Será que simplesmente vamos querer voltar à “vida comum” (capitalista, consumista, egoísta?) ou poderíamos aproveitar este acontecimento para refletirmos, mudarmos, fazermos algo? Lembrando que o momento pede a colaboração de cada um; mais do que nunca, vemos na realidade a velha máxima de que cada um fazendo a sua parte é o que vai fazer a diferença.

O meu filme seria um filme de ficção do fim do mundo, um pouco filosófico (nem tanto Malick – acho que já desisti dele desde A árvore da vida…), mas otimista.

E o seu?

Keira Knightley in my depressive times

2013-beginagain

It’s amazing how Keira Knightley has been present in some movies of depressive times for me. And I am not a Keira’s fan as an actress (sorry), but somehow the characters she plays just manage to capture a certain feeling I have.

So by the time of Seeking a friend for the end of the world (2012) I was really wishing the world to end, but how I wished too to find someone whom we just enjoy being together with, like her character finds Steve Carell’s character.

And then, much later, with The imitation game (2014), she just says “so what” and is willing to accept a marriage based more on friendship and someone you truly care about than anything else. Again, I’ve wished that I had found such a person in my life, to always be there, and walk the path of life together with. Turing ends up alone, but the movie insisted in pinpointing how unique he was and even so he contributed valuably to the world. At the time, I felt like the world was telling me to get married, but I had no one in sight, and I was wishing to do nothing, not wanting to study or to work, and not even wanting to get married, so what?

Now, a few days ago I’ve watched Begin Again (2013), and once again I’m carried away.

Mark Ruffalo’s character is on the verge, he had this really bad day, when everything seems to go wrong and we just want to drink our ways out of it. Keira is a songwriter who is not facing the best time of her life either. They just meet and see on each other something they thought they have lost: hope.

I just love the scene when Dan (Ruffalo) starts hearing the instruments behind Gretta (Knightley) and that song just goes transforming into something bigger and wonderful, exciting. That’s pretty much how the movie goes, as their project to play at outdoors New York grows, including more and more people who just share this big love for music and care for each other.

Lines that tell the truth about nowadays musical industry are just top of the cake. Like the remixes, why she should give the record label her money etc… and doesn’t it resonate when Dan says that something he loves about music is how it can change a common scene into a special moment (“pearls” of life, in his words)?

Keira’s character is just like the girl I once wanted to be. Down to earth, she writes songs with a certain poetry to them and she does this project because she loves music, not for money or recognition.

And both of their characters just end up having a really good time, resparkle this joy for life they’ve been missing, of course we all have downturns, but we can always “begin again”.

We just continue through the projection more and more happy, music can really heighten our spirits. And by the end of the movie I really felt my soul comforted, wishing to pull off an old idea of mine – play an instrument and write songs with poetry. Not wanting to get anything out of it, just because it’s good for your soul.

Hey, and who knows? Maybe that’s just what I’ve been needing. A new sparkle.

 

This John of mine

What if I told those guys that I have finally found a John of mine?

Would that one regret? Having lost the possible woman made for him out of pride? Expecting her to be waiting for him her whole life, while he himself would be looking outwards open to the chance of getting something better out of his own disguised misery? They were supposed to be a perfect couple, if only had he tried.

Would that other one compare? Finding excuses to be enraged, and not happy as he constantly claimed he would be, pointing fingers that he is much better? Expecting her to realize she only lives in a dream world (despite this one is not a teacher), while he himself is unable to look and see how she was always clear and could’ve given a chance to a real someone, she just needed to want to. They were supposed to be a perfect couple, but it was in his mind only.

But this John of mine is not perfect. And it’s exactly because I no longer care that the Two of Us might actually work it out. This John of mine is not blue-eyed blond, but who said I Dig a Pony tail (like the locks of that original vocal)? There are a bunch billion out there, and Across the Universe, how to know he’s the guy for you? Perhaps it’s less than the signs in the stars, and less of “I me mine, I me mine, I me mine”. It’s more about things we both Dig It, it’s more like we are cool within and without each other, we can just Let It Be (the one this John of mine like to sing, however I like him singing another for me). And if that 1st hearer liked Maggie, the other Mae, less Maggie Mae; this John of mine always liked a Japanese kind, as I am. I’ve got a feeling that we only needed to stop a moment and see we care for each other, and then that wine – not the One After 909, just a simple one, just for us to share. Ok, so maybe, to better understand how to fit this John of mine in my life, one should go through The Long and Winding Road of my past relationships history. Then, For You Blue (wishful thinking it is not), 2nd hearer, and so both you and I can understand why we are not to Get Back, 1st one… here it is.

(The Long and Winding Road)

Bill’s easygoingness.

This John of mine has his boy’s toys too, but we’re easy to get along by.

Zé’s good laughs.

Sometimes we laugh together, me and this John of mine, as the white rabbit stated to be nice.

Mi’s caress and company.

This John of mine can walk with me, side by side, holding hands or, hold me tight.

Ryouji’s Legião.

This John of mine is good to me, we can share a verse of a long-time band, cry or not cry.

Doug’s strive (ideals).

As we are all moved by some romantic ideals (as we all want the revolution?) of a better world, so this poetry of living is upon this John of mine.

Marcello’s  kung fu.

Once I was told of this old ancestor related to martial arts, as unexpected as it may, this was in the past of this John of mine.

Max’s rain, ice-cream, and intelligent thoughts.

Cause it’s not only physical, but rather enjoy a gelatto, (plus, a cup of coffee, simple water); enjoy the rain and the curiosities of language, the possibilities of future or fictional evolutions – all in all, this is also at John of mine.

Dé’s drawing hand.

This John of mine, without an effort, traces my smile on a paper side.

Gui’s spirituality.

With this John of mine, as if by the intent of higher forces of the universe, the spiritual path is not a way out, but to be walked along by.

Thião’s music – and Acquarius, as Elijah.

This John of mine, without an effort, can sing with me, all right.

Nino’s French thing.

With this John of mine, unexplainably mysteriously, a French connection applies.

Hun’s height and other things.

This John of mine is tall and all, he’s soft and discreet, gentle and kind.

Leo’s (!) mystical aspects and the love for nature.

And finally, this John of mine matches me as always it should be; we love nature and animals, different places and tries; we’d like you to join us in this travel that is life, enjoying living, joyfully singing along with the ex-Sergeant Pepper’s mates,

We hope you enjoyed the show

This was the John of mine,

For I am his Yoko, at this beautiful time.

Gaston e a Fera

Um de seus desenhos favoritos da Disney era “A Bela e a Fera” (1991), baseado em um conto francês. Ela, a garota gentil, que gostava de sonhar com as aventuras nos livros e também convivia só, tendo de cuidar de um velhinho. Ela também era romântica e não ligava para aparências, podia muito bem encontrar o amor mesmo que não fosse num “príncipe encantado regular”.

Daí que aquele rapaz lhe lembrou o Gaston. A empáfia. Todo orgulhoso de si, achando-se o único possível candidato para a Bela. Como era possível que alguém tivesse tanto orgulho de si mesmo, achasse que está completamente certo, ficando cego e entendendo apenas o que quer entender, sem conseguir ouvir ninguém? E ele nem tem aquelas moçoilas suspirando por si, não. Simplesmente decidira que Bela tinha que se casar com ele, enfureceu-se diante da rejeição e ainda mais percebendo o sentimento da donzela por outro, enviou seus “exércitos” caçarem a Fera.

E foi quase assim que aconteceu. Este Gaston que não é o do desenho animado infantil, mesmo sem perceber, convocara seus exércitos, espíritos inferiores, para afastar o grande amor da vida dela. Ficou tentando conquistá-la, sem entender que não era por nenhum motivo lógico, ela não o queria simplesmente porque sempre amou outro. Claro que não poderia declarar seu amor para toda a cidade, porque as pessoas provincianas não conseguiriam entender. Gaston, cego, ainda tenta provar que poderia ser um melhor namorado, marido, sem entender que a história que ela tinha vivido com a Fera era outra, não seria com mais ninguém. Gaston não percebera que a humilhara diversas vezes, na tentativa de provar que era “o bonzão”, a rebaixara, a insultara, ela o repudiara. O próprio Gaston não percebera que estava prendendo Bela – só que não num calabouço ou masmorra, mas com amarras invisíveis. Como poderia ele ser tão egoísta para não desejar que a pessoa amada fosse feliz? Estava atando-a a si mesmo, impedindo que ela ficasse com o verdadeiro amor, ao enviar em sua direção todo o sentimento negativo, e seus comparsas, espíritos inferiores, invisíveis, que mesmo sem ele saber, combatiam todos. Desde que Bela conhecera Gaston, ela não teve sorte no amor. Conheceu pessoas, mas nenhum dera certo.

Há pouco tempo, num ímpeto raivoso, parecia que Gaston tinha finalmente compreendido, e uma portinhola das grades invisíveis que a impediam de voar se abria. Parecia que depois de anos de confinamento em um cubículo escuro, em que estava de mãos atadas e soluçando aos prantos, suplicando para que a deixasse livre, após percorrer o lúgubre corredor de um limbo, pôde ela pisar novamente num campo verde e claro, sentir um calor suave do sol que era absorvido pela pele. Pôde rever o amor da sua vida. Teve um vislumbre. Ele trouxera-lhe de presente seu sorriso terno, doces e um sabor novo, o olhar que há tanto esperava e talvez nem soubesse que esperava.

Mas Gaston não tinha desistido! Ainda de olhos vendados. Bela estava atada novamente pelas amarras invisíveis, dos espíritos inferiores. E ela duvidou. Talvez devesse deixar-se morrer naquela solitária?

Talvez ela também estivesse sendo cega? Iludindo-se, insistindo em algo que não era pra ser?

Mas tudo que aquele vislumbre lhe possibilitara foi perceber que a Fera era o amor da sua vida. Aquela Fera, que a princípio lhe parecera horrenda, também estando a lhe prender, na verdade provou mover-lhe um sentimento muito mais forte, com apenas um olhar. Bela apreciava ver a Fera mudar, e existia algo de mágico em sua história juntos. Talvez ainda faltasse a própria Fera perceber o amor, talvez faltasse Bela lutar um pouco mais para quebrar o feitiço, talvez ela precisasse salvar a Fera dos exércitos de Gaston?

E então, talvez, sob a chuva fina que eles tanto gostavam de sentir na pele…

Um festival de animação

– E aí? Tudo bem? (Ele tinha terminado com a namorada no mês anterior.)

– Tudo! Que coincidência! Você vem sempre pro festival? (Ela tinha ido pra Milão. Mas tinha dado tudo errado. Ela não encontrou com aquele rapaz alto da casa de chá. E também não teve sucesso no treinamento para o qual viera).

-Todos os anos, sempre que eu posso. E você? (Era essa garota por quem ele tinha se encantado. Apesar de ter contato com tantas outras, ela o animava e o fazia sentir uma faísca, uma alegria por dentro).

– Ah, eu também, quando posso. Mas geralmente é só um dos dias. O que você vai ver hoje? (Ela ainda estava voltando a dirigir, então preferira ir de trem, o que a impossibilitava de ficar para as últimas sessões).

– A sessão da sala 1.

– Que começa às 19h, agora?

– É, essa mesma.

– Ah, então vamos pra lá, que eu também tô nessa sessão.

E os dois foram juntos, mais uns 2 amigos dele. Conversaram um pouco antes de ela voltar pra casa. Combinaram de ver duas sessões no dia seguinte, acabaram indo aos cinco dias do festival. Entre um comentário e outro sobre a edição, as técnicas utilizadas, a reviravolta do plot, o festival nunca lhes pareceu tão colorido. Ele se surpreendeu com a pouca diferença de idade entre os dois, e trocavam referências de infância. Ela se surpreendeu com algumas opiniões e visões de vida parecidas, e trocavam exemplos de pratos culinários que deram errado e dificuldades familiares. A conversa fluía tal qual aquarela, eram lápis de cor cujos traços combinavam, dançando sobre o papel branco, do nada criando possibilidades.

Depois que voltaram as aulas (de ambos), encontravam-se casualmente, tomavam um café e conversavam. Uma vez por semana viam um filme juntos. Animavam-se a cada encontro! Agora, já um movimento contínuo, que obviamente levou à finalização em cores vibrantes, embalados por uma trilha original que eles nunca antes tinham pensado conseguir produzir – claro, cada um tem sua própria musicalidade única, mas a harmonia de sua união não tinha sido planejada. Decidiram ir em frente.

3D, com profundidade, por artistas hábeis e esmerados, pode gerar emoções inesquecíveis – embora dê trabalho. É preciso atenção aos detalhes, não deixar sombras indesejáveis, aprender a lidar com as diferentes formas, intenções, possibilidades. Acrescentar uns toques aqui e ali, não deixar toda aquela cor se desgastar e apagar todas as maravilhas já desenhadas, combinadas, movimentadas. Tinham ganhado vida. Apesar de a vida nem sempre ser uma festa, desejaram que pudesse sempre ser um festival, de animação.

Caderno de sonhos: pelos fios do seu cabelo

Era uma pequena cidade medieval, como um parque de atrações enorme, era longe uma atração da outra. Casas que pareciam castelos, ruas de pedras e estavam ali para uma espécie de congresso, com múltiplos espaços de pesquisa, e talvez lhe fora designado um local específico? Entrara nessa casa em que havia uma exibição tecnológica, algo do mais inovador, demonstração de super efeitos, peças voando, um robô que precisava das partes se unirem para formar o produto final.

E, de repente, ele estava ali também. Não se sabe o porquê, mas estavam deitados lado a lado então, observando uma apresentação. Não foram trocadas muitas palavras. Existia algo de sentimental entre ambos e não era preciso dizer. Dado momento, ele fala algo baixinho, ela não consegue ouvir, aproxima o rosto e, na tentativa de aproximar o ouvido da boca dele, com o deslocamento dos dois lados, quase seus lábios se tocam sem querer. Afastamento. Aquele certo estranhamento em que ambos devem pensar “o que acabou de acontecer? o que foi isso?”. A hipocrisia de fingir que não aconteceu nada. Ambos voltam o olhar quase que imediatamente para a tela acima. Mas ele se aproxima mais, como num aconchego. Ela não lhe nega carinho.

Passa a mão por entre os fios do seu cabelo.

Ele, ainda com a barba (e ela, que nunca gostara de homens com barba ou pelos demais) por fazer, tinha os fios mais macios e gostosos de acariciar de que ela havia se dado conta. Quase como um afago também de alma, sensação boa.

– – –

Após acordar, o que fora de súbito, num susto por precisar de hora, ela se perguntara por quê. Por que sonhara com ele? E porque, de tantos sonhos, estava se lembrando justo desse? No sonho, haviam sido interrompidos pelo final da apresentação; na rua com a multidão, avistara um outro que tinha interesse por ela, acenando ao longe. E, mais tarde, perguntava-se porque o mocinho de fios tão negros e tão macios tinha que ser tão imaturo? Porque justo ele, que conhecia tanta coisa a mais do que outros de sua idade, tinha que ser tão impertinente, tinha que lhe irritar tanto, tinha que lhe provocar (será que o fazia deliberadamente?), tinha que ter posicionamentos e comportamentos tão extremos que chegavam a lhe embaraçar às vezes? Se não o fosse, se fosse mais calmo e tranquilo, talvez ela gostasse mais do pensamento sobre ele e se deixasse querer ficar muito tempo deitada, acariciando os fios  – mas sonhos servem a isso mesmo, não? O inconsciente lhe dá o que o consciente lhe nega.

“Você não quer namorar comigo?”

“haha. Tá louco?”

( )

“Só se fosse uma relação puramente sexual”.

Ouvir jazz de vez em quando é bom.

No English for “inferno astral” and the wintery tale

She was reading somewhere about this guy explaining there is no equivalent in English for the expression “inferno astral” in Portuguese, and funny enough he never had it before coming to Brazil – now he has it every year. Sure, we can’t directly translate, but we can explain: something like “the period of 30 days before your birthday when, according to astrology, you are more susceptible to have negative feelings”.

So, as usual, there she was, up for this year’s.

After taking one whole day of depression to put ache to mind – which sometimes we need eh, what’s with people these days that call everything a disease? Sometimes we just need sometime alone, sometimes we need to be in a depressive mood, if there is no downs, happiness won’t be so good. The following week hadn’t been so bad. Sure, some tense and stress piling up moments, to be exact, feeling bloating and fatting, to be miserable, a lot of lazy and “don’t wanna do anything” feelings, to be frank.

 

What’s better to disperse a mind already dispersed (and wanting to swerve) from reality? Imagining. Whatever else thing that’d take us away from this dark room called “inferno”.

 

*****

(Am I allowed to finish a post I started writing months ago? Under the current circumstances, let’s.)

So, for the wintery tale.

*****

She thought she would be conquered by the winter. The winter invading. Like one of those terrible warriors of unhistorical medieval times who created empires.

He was tall, huge really, with those coats of fur and guts of fury, hair through the wind, a beard only confirming the manly features, as he was to fight as long as he breathed, as he was not to fall for any types of weather, whether or not he withered for love. In fights, defending the love for his kind, love for his ideals, love for life, or another type he had yet to know.

Then they’ve met. He was unexpected, unprecedented. She had to consult with a savage hidden in a greenery, forestry room, so that she could see the wars of the past. So that she could redeem the churches of last. And the savage had already warned her about the coldness she would have to face upon.

By his side she spent pleasant days – which seemed like so long she had them, far away.

But they had to part. And for a brief she thought they could break the barriers of space and time. For a brief space she thought she could believe in him. Then, came the winter, and she saw him under snow storms. For a windy time, she thought she had to give up.

Nonetheless, on one such suddenly day, she realized therein a flame, a warm feeling without fade (however unlit it seemed to be, by those stormy snowy grey and white winds).

And she couldn’t even comprehend coherently how that could be. She was sent to that quest, but in her mind she was never to find him. The one. The heir to the entire realm of her kind’s legacy. Could it be possible it was him? As much as she was a knight, he was a warrior and they could really overcome the wintery fields to fight together. Could that be? She was not certain. But in this suddenly Sun day, despite the icy, cold plains, a vivid halo of a rainbow relieved a little her heavy heart to hope.